Glenn Close revela que cresceu num culto religioso

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Alan Light / wikimedia

Glenn Close passou oito anos da sua vida num culto religioso de tipo conservador e puritano. A revelação é feita pela actriz de 67 anos numa entrevista, onde fala da lavagem cerebral de que foi alvo e da forma como isso a afectou profundamente.

Na conversa com o jornalista do site The Hollywood Reporter, Glenn Close abre o coração e conta como o pai, um médico formado em Harvard de nome William Taliaferro Close, levou toda a família para um culto religioso conservador conhecido como o Rearmamento Moral.

Este movimento começou por ser uma manifestação contra a guerra, criado em 1930 pelo reverendo norte-americano Frank Buchman, mas evoluiu no sentido de um culto extremista, com ideologias conservadoras e repressoras.

Glenn Close tinha 7 anos quando foi viver nas instalações do culto em Caux, na Suíça, com duas irmãs e um irmão, enquanto o pai trabalhava no Congo, onde foi médico pessoal do presidente do país Mobutu Sese Seko.

Tinham um grande hotel, muito glamoroso, um hotel exclusivo chamado Mountain House, que penso que entra num dos romances de Fitzgerald. Tornaram-no num dos seus quartéis-generais mundiais e ficámos lá durante dois anos“, relata Glenn Close no referido site.

Basicamente, não havia autorização para se fazer nada, ou faziam-te sentir culpada por qualquer desejo anti-natural. Se falares com alguém que tenha estado num grupo que, basicamente, dita como deves viver e o que deves dizer e o que deves sentir, desde os 7 até aos 22 anos, tem um profundo impacto“, assume ainda a actriz de “Atracção Fatal”.

Glenn Close saiu do culto quando tinha 15 anos para ir estudar para uma escola interna no Connecticut, depois de o pai ter deixado o Congo, em 1977, para regressar aos EUA. Mas a actriz diz que precisou de vários anos para se libertar definitivamente do culto que, em 2001, mudou o nome para Iniciativas de Mudança.

Ela confessa ainda que fez terapia durante vários anos, mas garante que não guarda rancor ao pai, que morreu em 2009, com 86 anos de idade, sublinhando que “o perdão é provavelmente o conceito mais revolucionário que existe actualmente no mundo“.

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