“Venho, fugido da guerra e da fome numa terra devastada. Para trás ficou a minha casa e a família que eu tanto amava. E agora, sozinho no mundo à procura de uma vida melhor, sinto na pele o racismo e a xenofobia, sou explorado e humilhado porque sou de cor. Porquê se eu só quero viver em paz? De país em país sou empurrado e escorraçado, quando tento escapar ás misérias e guerras, à morte e à fome que a Europa ajudou a criar”.
Assim cantava uma das mais importantes e influentes bandas do movimento punk/hardcore nacional no tema “Direito a viver”. Vinte anos passados as letras dos X-Acto continuam hoje tão actuais como em 1995. Hoje a luta porém já não é tanto pela cor mas também pelas diferenças sócio-culturais e religiosas.
A recente crise migratória cujas origens a Europa e o mundo ocidental no geral ignoraram durante os últimos anos eventualmente lhes bateu à porta e com ela velhos sentimentos reprimidos de racismo, xenofobia e discriminação foram despertados.
O movimento punk/hardcore sempre se definiu pela defesa de ideais e valores, pelo combate às injustiças, pelo respeito pela diferença, pela tolerância e pelo inconformismo.
Com o apoio aos refugiados como plano de fundo e com o combate à indiferença no plano central, algumas bandas do movimento punk/hardcore responderam à chamada e no próximo dia 18 de Outubro (domingo) marcarão presença no MusicBox, em Lisboa, para uma matiné que se quer solidária e de afirmação contra a discriminação cujas receitas reverterão na totalidade para as instituições e organizações não governamentais que constituem a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).
Com inicio previsto para as 16 horas, do cartaz fazem parte nomes como: For The Glory, Viralata, Easyway, Artigo 21, xGAEAx, Shape, F.P.M.
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