Depois de verem lançado o seu segundo álbum de originais, os Rosemary Baby têm já marcada a data de apresentação em Lisboa.
Não é segredo que os Rosemary Baby são o playground criativo por excelência de Bruno Rosmaninho, músico responsável por todas as músicas e letras da aventura que iniciou, em 2013, com “The First Time”.
Este ano, Timeless chega-nos com a ambição de ser um espelho da alma do músico, um disco de rock & roll onde naturalmente misturou, canção a canção, a magia da folk ou o lado onírico da pop.
Ao guardar a honestidade e sinceridade de uma história que se continua a escrever, Timeless é o reflexo de um quotidano em que cabem todas as alegrias e tristezas, encontros e desencontros.
As primeiras notas do disco levam-nos para ‘Don’t you wanna know’, canção escrita para um amigo cuja doença e tratamento quase levou. Segue-se ‘Selfish’, uma viagem à vida de artista e ao egoísmo que tantas vezes lhe é inerente. Já ‘I can’t breathe’, primeiro single, chega-nos como um grito contra o racismo, a partir da história de Eric Garner, morto pela polícia de Nova York. Com a participação especial de Pedro Tatanka na slide guitar , este é o relato de como um pequeno gesto altera o rumo de uma vida. ‘Two Jerks’ é o deambular entre as aventuras e desventuras de um DJ que, como tantos outros, faz o que faz com amor (mesmo diante daqueles que não o ouvem da mesma forma). Já ‘Splashes’, tema que conta com a participação especial de Iolanda Costa, é uma conversa de pai para filha e lança-nos num diálogo que só pode ser entendido à luz do coração. A sexta canção do álbum, ‘Dangerous Imagination’, é o resultado de uma noitada que só traz problemas que parecem não ter solução mas que lhe servem de inspiração.
”Quanto estás inspirado a tocar no sofá e a tua filha vem de repente e coloca-te um nariz de palhaço, achado na rua umas horas antes. É linda a vida.” conta-nos ‘Wondering Clown’. ‘Paranoid’ surge-nos como mais uma dimensão desta experiência que é a vida de Rosmaninho: da falta de inspiração surge a insistência, da insistência a paranóia. A isto junta-se uma fogueira e gente a dançar à volta e já se tem tudo o que é preciso para construir uma história.
A fechar o disco está ‘Walking on my Footsteps’, o confronto entre as inseguranças da juventude e as inseguranças da vida adulta.
É este conjunto de pequenas odes à beleza das pequenas coisas que é finalmente apresentado ao vivo em Lisboa.
É já no próximo dia 22 de Junho, quinta-feira, no palco do DAMAS – Bar • Sala de Concertos, na Graça. E como quase tudo o que é verdadeiramente importante na vida, a entrada é gratuita.
“O ambiente quase artesanal do primeiro registo dá lugar a um universo musical mais rico, algures entre o rock, a folk e a dreampop… Soa hoje mais coeso, e esse é talvez o maior elogio que pode ser feito aos Rosemary Baby, porque tudo o resto sempre lá esteve.” in Visão 2017.04.20
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