O Medo de Existir, com texto e encenação de Maria Mascarenhas, vai estar em cena em Alverca entre 9 e 25 de Novembro, no Teatro-Estúdio Ildefonso Valério, espaço da autarquia de Vila Franca de Xira no qual reside o Cegada Grupo de Teatro, co-produtor do espectáculo com a Companhia Mascarenhas-Martins. O Medo de Existir conta com as interpretações de André Alves, Eduardo Dias, Eurico Lopes e João Jacinto.
Depois de ter lido Utopia, de Thomas More, e Portugal Hoje: O Medo de Existir, de José Gil, Maria Mascarenhas relacionou algumas das ideias contidas nestas obras separadas por cinco séculos e escreveu o texto que dá origem ao espectáculo O Medo de Existir (não se tratando, porém, de um trabalho de adaptação). A capacidade humana de imaginar diferentes cenários para a sociedade surge em confronto com a dificuldade em materializar-se qualquer tipo de idealização, numa proposta de reflexão pública em que o teatro assume a sua vertente política, apartidária, livre de qualquer função instrumental.
O Medo de Existir relaciona-se com o actual momento histórico, ao colocar em cena diferentes formas de pensar o exercício do poder, incluindo um tipo de abordagem que, inevitavelmente, lembra alguns dos actuais líderes ou candidatos para quem a verdade não interessa. A idealização de uma realidade diferente da dominante é esmagada pelo pragmatismo da autoridade. A esperança poderá residir, porém, numa ética que subsiste mesmo nos ambientes humanos mais hostis.
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