Outra Voz e Raúl Maia estreiam nova criação: Esta Concha Soa a Vozes

0

No próximo dia 24 de maio, na Sala de Ensaios do Teatro Jordão, em Guimarães, acolhe a estreia de Esta Concha Soa a Vozes, uma criação do coletivo vocal Outra Voz, em colaboração com o coreógrafo e performer Raúl Maia. Este novo espetáculo propõe uma viagem sensorial e performativa onde o som, o corpo e a palavra se entrelaçam num gesto artístico coletivo, poético e profundamente experimental. O acesso é gratuito. 

Esta Concha Soa a Vozes nasce da prática contínua da Outra Voz, cruzando tradição oral com linguagens da música contemporânea e eletrónica. Através de um processo de cocriação comunitária, o espetáculo propõe uma escuta ativa e partilhada, que desafia fronteiras estéticas e cria diálogos entre mundos normalmente distantes. A composição musical – concebida por Carlos A. Correia, Vítor Castro, Madalena Gonçalves, Pedro Ribeiro e Guilherme Moreira – alicerça-se numa malha onde se cruzam os instrumentos clássicos, a música eletrónica e técnicas vocais experimentais. A ocupá-la com novos significados, um poema criado coletivamente pelos participantes do coletivo. A dimensão performativa da obra é interpretada por Raúl Maia, que desenvolve um solo físico em ressonância com o universo sonoro. O seu corpo, permeável às camadas da composição, traduz em movimento a tensão entre presença e dispersão, repetição e variação. O espaço cénico e a luz, concebidos por Raúl Maia e pelo designer Diogo Mendes, completam a experiência imersiva que este espetáculo oferece.

Esta Concha Soa a Vozes recusa o previsível, afirmando-se como um objeto artístico em constante transformação — um lugar onde o som e o gesto se tornam territórios de encontro, mesmo nas suas falhas, ruídos e diferenças.

Sobre os criadores
Com um percurso de mais de uma década, o coletivo Outra Voz desenvolve um trabalho artístico com a comunidade, onde a prática vocal se reinventa em diálogo com linguagens contemporâneas. Entre os muitos artistas com quem colaborou estão nomes como José Mário Branco, Amélia Muge, António Durães, Catarina Miranda, Mão Morta, entre outros. Já Raúl Maia, coreógrafo e performer portuense com carreira internacional, desenvolve um trabalho centrado na exploração de formas alternativas de comunicação física. Viveu e criou durante mais de 15 anos entre a Áustria e a Bélgica e tem apresentado o seu trabalho em festivais e palcos de referência europeia. O encontro entre estas duas entidades resulta numa criação singular, que reflete a potência da arte como espaço de experimentação e escuta mútua.

//Flagra

Artigos Relacionados

Sê o(a) primeiro(a) a comentar

Veja também