O filme Rui Carlos, da realizadora Margarida Paias, terá a sua estreia internacional no âmbito da 55.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdão, integrando a seleção oficial do festival, na secção Preludes.

Após a sua estreia mundial no Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, esta estreia internacional assinala um momento determinante no percurso do filme, que passa a circular num contexto curatorial atento às novas formas e linguagens do cinema contemporâneo. Esta programa especial do Festival de Roterdão reúne obras que se distinguem pela singularidade do olhar e pela consistência artística, promovendo diálogos entre curtas e longas-metragens a partir de afinidades formais e sensoriais.

Em Rui Carlos (2025, Portugal, FIC, 15), Margarida Paias parte de um episódio real da juventude do seu pai para construir uma ficção atravessada pela memória, pela infância e pela transmissão intergeracional. O filme evoca uma infância passada num bairro onde os rapazes vagueiam livremente, explorando a inocência, a crueldade e a despreocupação próprias dessa idade.

Assumindo uma estrutura próxima do conto, o filme reflete sobre o desejo de pertença, a admiração e o medo, cruzando memórias herdadas e experiências pessoais. Mais do que um retrato individual, Rui Carlos afirma-se como uma procura pela criança interior e como uma despedida simbólica da infância.Com uma abordagem observacional e depurada, o filme privilegia o tempo dos planos, o som direto e a proximidade da câmara, criando um espaço onde as memórias da realizadora e do seu pai podem coexistir e convergir através do cinema.

A Agência da Curta Metragem congratula a realizadora e a equipa do filme por esta estreia internacional, sublinhando a importância da seleção para a afirmação do filme no circuito internacional e para a projeção do cinema português contemporâneo.

//Flagra