Nguyen Minh Tuan, designer gráfico, usou 25 mil preservativos para criar nove vestidos, que apresentou em diversos desfiles. O objectivo era vulgarizar o uso do preservativo no seu país de origem, Vietname.
O designer de 27 anos disse à agência EFE que:
No Vietname, as pessoas não falam naturalmente de preservativos, têm vergonha. Quando os pedem numa farmácia, nem se lhes ouve a voz. Notei isso e pensei que poderia ajudar a normalizar o uso, ajudar a que ninguém tenha vergonha por usa-los ou falar sobre o tema.
Minh Tuan teve tal ideia há 3 anos atrás, na altura em que apresentou o seu projecto final de curso na universidade. O projecto valeu-lhe não só as melhores notas, como também a atenção da comunicação social e de possíveis patrocinadores. À custa desta publicidade, o designer pôde realizar três desfiles com as suas criações.
Condom Fashion Mix, foi o nome do seu último desfile realizado em dezembro de 2013, em determinadas ruas centrais da cidade de Ho Chi Minh. O evento surpreendeu centenas de turistas e também locais.
Apesar de satisfeito, Minh Tuan revela que a preparação para tal projecto não foi fácil:
No início, encontrei muitas barreiras. Havia pessoas que me diziam que não fazia sentido, porque não era a roupa que se usasse no dia-a-dia, e muitos outros censuraram-me, porque o que fiz era contra a cultura tradicional vietnamita. Mas preferi não ouvir, porque acredito muito no que faço.
O designer nasceu na província de Quang Binh, no centro de Vietname. Por isso mesmo, Tuan reconhece que na grande cidade, as mentalidades são mais abertas, mas contudo existe ainda um longo caminho a percorrer.
O criador não descarta a hipótese de organizar mais desfiles. No entanto o seu projecto acabou e já existem novas ideias relacionadas com o tema sexo seguro.
Um dos problemas mais graves que temos no país é o grande número de abortos devido a gravidezes indesejadas. É algo que me dói muito e poderia ser evitado com a prática de sexo seguro. É sobre isso que será o meu próximo projeto e eu acho que vai ter impacto, mas prefiro não adiantar nada ainda.
Sê o(a) primeiro(a) a comentar