Festival Língua Terra Regressa a Setúbal em Junho

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. Atuações de Mart’nalia + Moska, Tiganá Santana, Mayra Andrade Lenna Bahule, Karyna Gomes, Princezito, Renma e Prodígio

. Entre 1 e 8 de junho no Fórum Luísa Todi e Casa das Imagens Lauro António

O Festival Língua Terra está de volta, para a sua 4ª edição, marcando presença em Setúbal de 1 a 8 de junho, com apresentações musicais de artistas destacados, exposição de artes plásticas e um ciclo de cinema que abre fronteiras à muliculturalidade do Língua Terra.O cartaz do festival apresenta uma seleção de artistas internacionais, promovendo a diversidade cultural e linguística unidas pelo idioma português. 

Os concertos têm lugar no Fórum Municipal Luísa Todi, com destaque para as atuações especiais de Mart’nalia e Moska (Brasil) a 1 de junho, seguido por Karyna Gomes (Guiné-Bissau) que sobe ao palco no dia 7, com Princezito (Cabo Verde), Renma (Guiné-Bissau) e Prodígio (Angola), para uma homenagem ao o centenário do revolucionário Amílcar Cabral; e Tiganá Santana (Brasil) que se faz acompanhar por Mayra Andrade (Cabo Verde) e Lenna Bahule (Moçambique), no encerramento do festival a 8 de junho.

A programação inclui também um ciclo de cinema na Casa das Imagens Lauro António, destacando filmes como “Ilú Obá De Mim”, uma homenagem à icónica cantora Elza Soares. Além disso, a exposição do artista plástico Sidney Cerqueira, nascido na Guiné-Bissau e radicado em Portugal, com obras artísticas que abordam questões sociais.

A diretora artística do Língua Terra, Mônica Cosas, destaca “a importância do festival como uma plataforma para criar conexões poéticas e estéticas entre África, Europa e América Latina. O projeto visa romper fronteiras físicas e simbólicas, resgatando conexões ancestrais e promovendo reflexões sobre a diversidade cultural”.

Já o Vereador da cultura, Pedro Pina, considera “determinante que esta linguagem programática é determinante para o momento em que vivemos, tornando-nos mais próximos e compreendendo a cultura e a diversidade de cada país aqui representado com uma língua que nos é comum”.

O Festival Língua Terra é promovido pela Câmara Municipal de Setúbal, sob a direção artística de Mônica Cosas, e conta com o apoio da Ibermusicas e co-financiamento da DGARTES no âmbito da RTCP.

Ciclo de Concertos:

01 de junho (sábado) – Mart’nalia + Moska (Brasil)

Fórum  Municipal Luisa Todi | 21h30

A solo, a misturar os solos, vozes, violão e percussão. Dois grandes artistas brasileiros reúnem-se para partilhar esta noite que promete ser memorável. Mart’nalia e Moska são amigos e parceiros há anos, e o tema “Namora comigo”, composição de Moska, tornou-se um hino da dupla.

O alinhamento do espetáculo será composto por sucessos dos artistas, alguns dos temas já conhecidos dos portugueses também por fazerem parte de bandas sonoras de telenovelas brasileiras. Um encontro musical único entre artistas de muito carisma, além de serem dois dos maiores nomes da MPB. 

Paulinho Moska apresenta-se com sua voz e sua guitarra desde o início de sua carreira.  Este cantautor reconhecido nacional e internacionalmente, tem uma relação muito forte com a os artistas de países Latino Americanos.

Mart’nalia, filha do famoso cantor e compositor Martinho da Vila, traz o samba no ADN. A artista samba desde que nasceu, entretanto, também aprecia diferentes vertentes musicais, tem sido assim desde que ela gravou seu primeiro LP, ainda nos anos 90. É vencedora de dois Grammys

Latinos: em 2017 com o álbum “+Misturado“ e 2019 com o álbum “Mart’ nália canta Vinicius de Moraes”.

07 de junho (sexta-feira) – Karyna Gomes convida Princezito, Renma e Prodígio (Guiné-Bissau/ Cabo Verde/ Angola) – concerto “Cantar para melhor agir” em comemoração aos 100 anos do revolucionário Almícar Cabral.

Forum  Municipal Luisa Todi | 21h30

Cantar Amílcar Lopes Cabral é celebrar a liberdade dos povos da Guiné e de Cabo-Verde do sistema colonial português, mas também de todos os que foram influenciados pela sua luta e alcançaram suas independências. Em 2023 o Parlamento português reconheceu Amílcar Cabral como um dos “capitães de abril” pelo seu engajamento na emancipação dos países de expressão portuguesa em África e do próprio povo português que era uma vítima do fascismo até abril de 1974. “A nossa luta não é contra o povo português, mas contra o fascismo” dizia. Em 2024, passados cem anos do seu nascimento, o mundo para a celebrar aquele que foi considerado “o segundo maior líder político do mundo” pela BBC.

Celebra-se a vida e a obra de Cabral nos países que ajudou a libertar, mas também outras geografias dentro e fora do contexto das comunidades na grande diáspora de ambas as nações que originou com a sua luta, a Guiné-Bissau e Cabo-Verde. A música sempre fez parte da revolução de Cabral. Poemas que escreveu foram musicados, a luta que forjou foi cantada em kiriol da Guiné-Bissau e no Kriolu de Cabo Verde. De N’famara Mané ao José Carlos Schwarz, dos Capa Negra ao Super Mama Djombo, dos tubarões à Mayra Andrade.

Inspirada no legado do tio-avô, o próprio Amílcar, a cantora guineense Karyna Gomes dá voz aos poemas cantados de Cabral e para Cabral, que inspiraram a sua trajetória e o seu pensamento como cidadã guineense de mãe com origem cabo-verdiana. Uma visita pela rica discografia da Guiné e de Cabo-Verde que retratam a luta, a independência e um poema em português do próprio Cabral, farão parte desse rico repertório de 60 minutos acompanhado da sua Tina*, de uma guitarra e de um quadro criado no momento pelo artista plástico e marido da cantora, Sidney Cerqueira, tudo ao vivo para marcar os 100 anos de vida e obra de Amílcar Cabral.

08 de junho (sábado) – Tiganá Santana convida Mayra Andrade, Lenna Bahule (Brasil/Cabo-Verde/Moçambique)

Forum  Municipal Luisa Todi | 21h30

O concerto inédito do artista e acadêmico brasileiro Tiganá Santana, que pela primeira vez vem a Setúbal, passará por sua criação musical gravada ao longo dos anos, bem como por temas que ainda não apresentou ao público. Primeiro compositor brasileiro a apresentar um álbum, como compositor e intérprete, de temas em línguas africanas, Santana levará ao palco algumas dessas músicas, como também aqueles em registro afro-luso-brasileiro. O artista receberá nesse espetáculo as convidadas Mayra Andrade (Cabo-Verde) e Lenna Bahule (Moçambique), e o convidado Dino D’Santiago (Portugal/Cabo-Verde), perfilando uma importante comunicação entre nações africanas e a nação brasileira por meio de uma estética que considera, entre outros relevantes aspectos, o atravessamento da língua portuguesa enquanto ponto comum.

Este concerto totalmente inédito e preparado exclusivamente para o Língua Terra terá como base instrumental a percussão, o baixo e as guitarras.

Ciclo de Cinemas:

Casa das Imagens Lauro António | 16h00 | Entrada livre mediante lotação da sala

Dia 01 de junho –  ILÚ OBÁ DE MIN – Homenagem à ELZA SOARES, a PÉROLA NEGRA- 2016 | Direção: Beto Brant

O filme acompanha o desfile de Ilú Obá De Min, no Carnaval de 2016, em homenagem à icónica cantora brasileira Elza Soares. O bloco sai pelas ruas de São Paulo exaltando a cultura afro-brasileira, ocupando o espaço urbano com danças e músicas em iorubá, dos terreiros de candomblé e outras manifestações da cultura negra.

Dia 05 de junho – Pipoca Moderna – Direção |Helder Lopes

Líder e único integrante da original Banda de Pífaros do município pernambucano Caruaru, aos quase cem anos de idade, Sebastião Biano é um ícone desse meio da música popular do Brasil. O documentário o acompanha durante suas viagens por Pernambuco junto com seus sobrinhos, também músicos, enquanto reencontram seus familiares, amigos e realizam gravações e shows. 


Dia 07 de junho – Frevo Michiles – Direção | Helder Lopes

Traz a trajetória de Jota Michiles, compositor de frevos antológicos, sendo reverenciado por grandes artistas pernambucanos, como Getúlio Cavalcanti, Maestro Edson Rodrigues e Alceu Valença. No filme, Michiles fala sobre sua carreira, desde as primeiras composições até a revolução que promoveu no mais pernambucano dos ritmos brasileiros.

Exposição | Abertura dia 07 de junho – Abertura dia 07 de junho

Sidney Cerqueira (Guiné- Bissau)

Sidney Castro Fernandes Cerqueira é um artista plástico da Guiné-Bissau nascido em Lisboa. De pais guineenses , o artista foi levado ainda miúdo a viver na Gui-né , onde permaneceu até aos 20 anos, quando mudou-se para Portugal. Iniciou suas atividades artísticas em 2004 em Lisboa e suas telas são marcadas pelas cores vivas e uma combinação de pincéis e espátulas únicas, mas também pelos temas que chamam a atenção do público em geral para as questões sociais. Criou o “Cores da Esperança”, projeto que consiste em montar oficinas de pintura para as crianças e expõr coletivamente com elas. As obras de arte dos mais novos são trocadas por materiais didáticos e posteriormente entregues às instituições de acolhimento de crianças desfavorecidas. O projeto foi implementado na Guiné-Bissau, Cabo-Verde, Senegal, Brasil, Portugal e SãoTomé e Príncipe.

Sidney conta com mais de 100 exposições individuais e coletivas entre as quais se destacam “Dak’art 2014 e 2022” no Senegal, Galeria do Teatro Municipal da Guarda em Portugal, “LuxExpo 2014” em Luxemburgo, Câmara Legislativa do Distrito Federal em Brasília, Brasil, “Vera World Fine Art Festival” em Lisboa, Thermes Marins, Mónaco, Liquid Art House, Boston, EUA, “Contrada Granda” na cidade de Conegliano, Itália, Parlamento Europeu, Bruxelas, Bélgica, Hotel Tiama, Abidjan, Costa do Marfim, Art Garden, Macau, China, Centro Cultural Malaposta, Lisboa, Museu de Resende, Resende.

Festival Língua Terra

Datas: De 1 a 8 de Junho de 2024
Local: Fórum Luísa Todi e Casa das Imagens Lauro António, em Setúbal.

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