O Festival Política regressa a Loulé com uma programação inclusiva que encerra o itinerário da edição de 2023, sob o tema da Pós-Democracia.
De 19 a 21 de Outubro, com epicentro no Cineteatro Louletano, o principal festival em Portugal dedicado à promoção da cidadania, da intervenção cívica e dos direitos humanos leva ao Algarve o concerto-manifesto de A Garota Não, os prémios Monstros do Ano, com o humor de Fernando Alvim, o obrigatório Cara-a-cara com os/as Deputados/os, a peça de teatro “Sobre Rosas e Margaridas”, a exibição de oito filmes, debates, exposições, actividades para crianças e uma visita guiada pelos vestígios e marcas da presença da comunidade judaica em Loulé.
O remate da edição de 2023 do Festival Política acontece com uma descida a sul. Depois de Lisboa, Braga e Coimbra, Loulé é a última paragem este ano, de 19 a 21 de Outubro, com uma programação de entrada livre que se desenrola por vários espaços da cidade algarvia, tendo como epicentro o Cineteatro Louletano.
Nesta segunda edição em Loulé, agora com a bandeira da Pós-Democracia em riste, o Política reforça a reflexão sobre os limites do nosso sistema democrático, um ano antes da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, através da música, do cinema, do teatro e até do humor, ao convocar alguns dos artistas e intervenientes já conhecidos, mas também a comunidade local.
A Garota Não apresenta no Algarve o seu concerto-manifesto intitulado “Seleção Portuguesa: 10 milhões de convocados” e um punhado de canções que transmitem os assuntos que a inquietam. Também no palco do Cineteatro Louletano, outro acto político: “Sobre Rosas e Margaridas”, com encenação de Tânia Farias, resulta de uma criação colectiva da associação de artes performativas Folha de Medronho e do grupo de teatro Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre/Brasil), e pretende revoltar-se contra a discriminação e promover uma nova etapa de construção da mulher na sociedade. E porque o humor é uma forma alternativa de colocar o público a pensar em coisas muito sérias, a “Edição quase quase política” dos prémios Monstros do Ano, por Fernando Alvim, aterra em Loulé para mostrar os episódios mais surpreendentes do panorama político português.
No mesmo cineteatro são ainda exibidos oito filmes, entre curtas e longas-metragens. Além do vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2022, “Alcarràs”, da realizadora catalã Carla Simón, e do documentário de realização colectiva “Novíssimas cartas portuguesas”, que questiona o ponto em que se encontra a luta feminista, no 50.º aniversário do livro “Novas Cartas Portuguesas”, o documentário “Sou Quarteira”, de Miguel Jacinto e Selma Lopes, revela a riqueza multicultural e a diversidade desta cidade (com a curadoria do movimento Sou Quarteira).
De regresso a Loulé está o Cara-a-cara com os/as Deputados/as. No Café Calcinha, os participantes têm a oportunidade de conversar, durante cinco minutos, com os representantes dos partidos com assento na Assembleia da República sobre um tema, dúvida ou questão (é necessária a inscrição prévia através do e-mail participa.politica@gmail.com). Já no Solar da Música Nova dá-se o debate “Democracia sob ameaça?”, com as comentadoras e analistas políticas Helena Ferro Gouveia e Adriana Lopes Cardoso, e a coordenação do comentador da CNN Portugal Rui Calafate.
O showcase da cantora Carla Sousa (no foyer do Cineteatro Louletano), a história-concerto com oficina “Made in Osvaldo”, desenvolvida pela Real Pelágio e dirigida a crianças entre os 6 e os 10 anos (no Auditório do Solar da Música Nova), e a visita guiada pelas ruas de Loulé em busca dos vestígios e marcas da presença da comunidade judaica (cujo ponto de encontro é na Igreja de São Clemente e as inscrições em participa.politica@gmail.com) – seguida de uma conversa e de um momento musical a cargo da harpista de música sefardita Helena Madeira, no Palácio Gama Lobo – compõem outros destaques da programação.
Durante os três dias do Festival Política são apresentadas as exposições de fotografia “Institucionalizado”, de Isabela Marques e Airton Cesar Monteiro (com curadoria da Kriativu, no Solar da Música Nova), e “O mundo num click”, de Alexandre Elias, e ainda a instalação “Mulheres PPT – Mulheres na Política PorTuguesa”, de Salomé Marques – as duas últimas (no foyer do Cineteatro Louletano) integram as propostas vencedoras do concurso de bolsas para jovens, atribuídas em parceria com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
No seu compromisso com a acessibilidade e a inclusão, o Festival Política garante, mais uma vez, entrada gratuita e interpretação em Língua Gestual Portuguesa em todas as actividades e eventos. Os filmes são legendados em português, incluindo os de língua portuguesa. A programação em braille está disponível para consulta nos dias do festival e as exposições têm audiodescrição.
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