Quando as palavras chegam a Beja vindas de toda a parte! Entre 22 e 27 de agosto de 2017, o CONTAR – Festival de Contos do Mundo faz-se “andarilho”. Parte da Biblioteca, percorre a mouraria, o Pax Julia e instala-se no edifício do Antigo Hospital da Misericórdia.
Na segunda edição, a parceria entre a Câmara Municipal de Beja e a Ouvir e Contar – Associação de Contadores de Histórias alarga-se ao Centro Unesco para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial e à Santa Casa da Misericórdia de Beja, que abre as portas da sua CASA – o Antigo Hospital da Misericórdia – para acolher todos os que gostam de ouvir e contar histórias.
O II CONTAR – Festival de Contos do Mundo começa devagar, como convém a um festival que tem o TEMPO como pano de fundo. A 22 de Agosto marcámos encontro com um dos primeiros Artífices do Tempo pelas 18h30. O Mestre Torrão – o homem do Cante como tantas vezes o ouvimos chamar – vai estar à nossa espera para, em amena cavaqueira, falar sobre essa arte sem TEMPO.
Os contos e o Jantar Narrado – a decorrer no átrio da Biblioteca Municipal – convidam a ficar por ali e depois seguir em grupos para o Centro Histórico. É que dia 22 de Agosto, pelas 21h30 e Há contos na Mouraria!
A 23 e 24 de Agosto, Jorge Serafim e Ana Sofia Paiva vão partilhar Histórias que se contam por aí, dando o pontapé de saída a duas residências que decorrerão até às Palavras Andarilhas de 2018.
Ao longo de todo o festival, as Histórias para brincar com o tempo assomam às manhãs e fins de tarde, dirigidas a pais e filhos, e os Contos para enganar o tempo percorrem algumas IPSSs do concelho, levando jogos de dizer e de contar.
No Antigo Hospital da Misericórdia, as noites frescas convidam a usar um abafo e a escutar as Histórias à margem do tempo, pelas das duplas de narradores que contando se completam: Nicolás Buenaventura, Maria Morais, Maurício Corrêa Leite, Ana Griot, Michèle Nguyen, Antonella Gilardi, Celso Sanmartín, Carles Garcia Domigo e Clare Murphy. São eles que, entre 25 e 27 de Agosto, nos levam pela mão numa viagem por Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Irlanda, Colômbia e Brasil.
Também entre estas datas de agosto, O Mercadinho de Coisas Miúdas serve de pretexto para passar o tempo entretidos(as) com conversas dinamizadas à volta de objetos (livros e brinquedos), olhares e memórias. António Parrinha, Rogério Fialho, Armando Horta, Manuel Paula, José Barbieri, Rui Arimateia, Idalina Cacito, Mariana Bicho, Mariana Lopes, Mestre Pica e Joaquim Gonçalves são alguns dos Artífices do Tempo desta edição.
A reflexão sobre o papel da narração e das narrativas na construção e no entendimento do mundo e do outro volta a marcar presença com o programa Narrare Humanum Est, desta vez, oferecendo tertúlias entre narradores que vêm cruzar experiências, certezas e dúvidas sobre isto que nos torna humanos – a capacidade de nos narrarmos.
Se eu quiser falar com Deus e Histórias Bendictas serão o tema das sessões realizadas na capela, enquanto, no Museu da Farmácia, a conversa se faz Entre Mesinhas e Rezas.
Entretanto, no teatro Pax Julia, o festival propõe uma programação de espetáculos narrativos e poéticos que abarca todas as idades: dos mais pequenos, com A Balada das 20 meninas friorentas, de Margarida Mestre; passando pelo jovens, com Vy, de Michèle Nguyen; aos adultos, com Dar à Luz – A aventura do Pensamento. Já a torre de Menagem do Castelo de Beja será o palco do espetáculo The king of Lies, de Clare Murphy.
Mas não só de palavras se faz este festival! Nos jantares narrados confirma-se o lema: No comer e no “contar” o pior é começar, já que serão animados pelos narradores presentes no encontro.
Entre 23 e 27 de Agosto, as noites são rematadas com pequenos concertos cantados e/ou dançados com Eduardo Ramos, que nos traz o som do alaúde e da herança árabe em Portugal, os Parapente 700, com músicas e danças europeias, as Moçoilas, com os cantares das serras algarvias, e os Samba sem Fronteira, cujo nome diz tudo.
Fora da cidade de Beja, as Noites d’ir ao fresco acontecerão nas freguesias rurais do concelho. Aqui uma praça, além uma escadaria, acolá um largo, dinamizadas por José Craveiro, Cláudia Fonseca, Ana Santos, Thomas Bakk , entre outros.
O programa do festival dirige-se a público de todas as idades e é completamente gratuito.
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