“Ice Merchants”, do realizador nacional João Gonzalez, triunfou na 22.ª edição da MONSTRA com cinco galardões, incluindo o Prémio SPA | Vasco Granja e o Prémio do Público, na Competição Portuguesa. O filme foi ainda eleito a Melhor Curta-metragem Portuguesa, na Competição internacional de Curtas-metragens, onde arrecadou também o Prémio do Público.
“Guerras de Unicórnios”, do espanhol Alberto Vázquez, e “Apartamento de Cão”, do estoniano Priit Tender, levaram o Grande Prémio MONSTRA RTP2, nas Competições de Longas e Curtas, respetivamente.
Este domingo, dia 26 de março, encerrou a 22.ª edição da MONSTRA.
Mais de 400 filmes preencheram os 12 dias do maior festival de animação do país, onde foi celebrado o centenário do cinema animado português e a cinematografia do Japão, o país convidado.
O Prémio SPA | Vasco Granja (2500,00€ para a produção do próximo trabalho), para melhor curta-metragem portuguesa, foi atribuído a “Ice Merchants,” de João Gonzalez, entre 13 títulos, no ano com mais filmes nacionais em competição no festival. “A relação muito forte entre um pai e um filho num universo frágil e perigoso, onde tudo se pode quebrar, servido por uma animação e um grafismo que nos restitui essa sensação de vertigem” foi o argumento que justificou a escolha do júri composto por Florence Miailhe, Les Mills e Pandora da Cunha Telles.
A película que chegou a Hollywood, este ano, através da nomeação na cerimónia dos Óscares, levou ainda o Prémio do Público da Competição Portuguesa.
Além do galardão principal, nesta categoria, o painel de jurados concedeu a Menção Honrosa a “Ana Morphose”, de João Rodrigues, “uma ode aos livros e ao mundo imaginário a que eles nos convidam”.
“Guerras de Unicórnios”, do realizador espanhol Alberto Vázquez, venceu o Grande Prémio MONSTRA RTP2 (5000,00€ em direitos televisivos), na Competição de Longas-metragens. A decisão coube ao painel de jurados formado por Joan Gratz, JP Simões, Lucija Mrzljak, Monika Łuszpak-Skiba e Paulo Silva “pela mistura de géneros de uma maneira inesperada e poderosa e o desenvolvimento de personagens divertidos e chocantes num mundo lindamente projetado”. Na mesma competição, distinguiram-se ainda os portugueses “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, com a Melhor Banda Sonora e o Prémio do Público, e “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, com o Prémio Especial do Júri. A Menção Honrosa foi para “Perlimps”, do brasileiro Alê Abreu.
Na Competição de Curtas-metragens, coube a “Apartamento de Cão” receber o Grande Prémio MONSTRA RTP2 (1500,00€ em direitos televisivos). “Um filme absurdo onde a anormalidade se torna normal” e “inesquecível” foram as palavras utilizadas pelo júri representado por Iolanda Ferreira, Joanna Quinn, Ligia Soare, Margit “Buba” Antauer e Martin Smatana para descrever a obra do realizador estoniano Priit Tender.
O Prémio Especial do Júri foi entregue a “Carta para um Porco”, de Tal Kantor, e a Menção Honrosa a “A Sombra das Borboletas”, de Sofia El Khyari.
Os espetadores foram soberanos e votaram no português “Ice Merchants”, de João Gonzalez, que, além do Prémio do Público, trouxe para casa o de Melhor Curta-Metragem Portuguesa por conseguir “dizer tanto sem palavras”.
Gonzalez ganhou ainda mais um troféu: o Grande Prémio MONSTRINHA INATEL (no valor de 1000,00€). A competição do braço do festival dedicado às crianças e às famílias elegeu também “Suzie no Jardim”, de Lucie Sunková, “Em Nome das Plantas”, de Hervé Bressaud (ambos com Menções Honrosas), e “A Rainha das Raposas”, de Marina Rosset (Prémio do Público).
Na Competição de Curtas de Estudantes, o Júri Sénior escolheu “Com amor, Pai”, de Diana Cam Van Nguyen (Melhor Curta-metragem de Estudantes), “A Semente que Palpita”, de Alice Carmo, Laura Pires, Marta Ribeiro e Tiago Pimenta (Melhor Curta-metragem de Estudantes Portuguesa), e “Recursos Humanos”, de Isaac Wenzek, Titouan Tillier e Trindad Plass Caussade (Menção Honrosa).
“Diplomacia do Eclipse”, de Cesar Luton, Achille Pasquier, Selim Lallaoui, Clemence Bailly e Axel Mechin (Melhor Curta-metragem de Estudantes), “A Semente que Palpita” (Melhor Curta-metragem de Estudantes Portuguesa), e “Raízes”, de Maddalena Brozzi, Sara Moschini e Laura Cagnoni (Menção Honrosa), foram os preferidos do Júri Júnior.
Já o Prémio do Público foi para “Com amor, Pai”.
“M2”, de Ana Martin, Bela Tagliabue e Paola Bellato (Melhor Curtíssima), “Era Uma Vez Uma Nêspera”, de Leonor Silva (Melhor Curtíssima Portuguesa), e “PLSTC”, de Laen Sanches (Menção Honrosa), destacaram-se na Competição Curtíssimas.
Na primeira Competição Perspetivas, atribuíram-se dois Prémios do Público: “Baratas”, de Adel Khan Farooq (Curta-metragem), e “Bizarros Peixes de Fossas Abissais”, de Marcelo Marão (Longa-metragem).
Joan Gratz, Margit “Buba” Antauer, Luc Brevart e Nuno Amorim foram as autorias surpreendidas com um merecido Prémio Carreira.
Acerca da 22.ª MONSTRA, por onde passaram mais de 10.000 espetadores e 19.000 crianças, nos 12 dias de festival, o diretor artístico Fernando Galrito sublinha que foi “uma das mais calorosas de sempre na grande amizade e encontro da grande família da animação portuguesa e internacional, com os milhares de participantes vindos dos cinco continentes para celebrar com grande entusiasmo a arte da animação”.
A edição de 2024 da MONSTRA já tem datas: de 7 a 17 de março do próximo ano, a Irlanda é o país convidado.
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