O Ensemble – Sociedade de Actores apresenta a peça DUPLA, de Pedro Galiza, que vai estrear nos dias 6 e 7 de junho, às 21h30, na Casa das Artes de Famalicão. A divulgação da nova dramaturgia portuguesa é um eixo fundamental do Ensemble, seja de autores mais conhecidos e consagrados, seja dos menos divulgados. No seguimento deste princípio, desafiaram Pedro Galiza a escrever uma peça original. Depois de Famalicão, DUPLA, sobe ao palco do Teatro Helena Sá e Costa no Porto de 29 de outubro a 2 de novembro. Em 2026 estará em cena no Teatro Municipal de Bragança a 4 de março.
DUPLA conta com a interpretação dos atores Emília Silvestre e de Pedro Galiza.
Cinquenta anos de carreira. Uma efeméride a celebrar, obviamente, mas também uma punição: o teatro, em penosa e permanente busca de uma verdade alicerçada em fingimentos, é um bicho difícil de domar, pois morde tanto quanto ronrona. E uma actriz que há cinco décadas vive exclusivamente de e para o teatro há-de ter-se convertido, ela própria, numa fera muito especial, eminentemente observável, sim, belíssima na sua fúria e graciosamente perigosa na sua madura subtileza, mas tão, tão frágil no seu medo. Tresandam a morte, esses longuíssimos cinquenta anos. E ela sabe-o.
Partindo de Ma Double Vie, a auto-biografia que Sarah Bernhardt escreveu quando a celebrada actriz tinha a idade exacta da nossa ficcionada protagonista, DUPLA é um choque frontal entre duas aparentemente irreconciliáveis personalidades: a da actriz experiente, que sabe muito bem o que é o teatro, e a do dramaturgo/encenador/criador/vendedor da banha da cobra, que de teatro sabe muito pouco. Mas o palco é, também, uma fecunda incubadora destas situações comicamente impossíveis, pois à vida, além das duas normalmente mencionadas – a morte e os impostos – uma terceira fatalidade há que ser acrescentada: a data de estreia. Isto vai ter de estrear, dê lá por onde der. E esta dupla que se amanhe.
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