“Gisberta” de Luis Lobianco (Porta dos Fundos) estreia em Portugal

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“O mundo passa por uma grande crise de identidade: o que somos essencialmente e onde podemos viver o que somos? Refugiados podem ser inteiros fora de seus territórios sem inspirarem ameaça? Há liberdade para identidade de gênero mesmo que se tenha nascido em um corpo de outro sexo? Gays podem se amar sem exposição à violência? A reação para o rompimento com padrões sociais é uma explosão de violência cotidiana sem precedentes. Quanto mais ódio, mais a afirmação da identidade se impõe. (…) Ser livre ou servir à intolerância: eis a questão.”
Luis Lobianco

Idealizado pelo actor Luis Lobianco (Porta dos Fundos e Segundo Sol), com direcção de produção de Claudia Marques, texto de Rafael Souza-Ribeiro e direcção de Renato Carrera, o espectáculo “Gisberta” conta a história da brasileira vítima de transfobia que morreu tragicamente na cidade do Porto, em 2006.

Após o sucesso da temporada no Brasil, o espectáculo chega ao Porto, a 27 e 28 de Novembro, no Teatro Sá da Bandeira, e a Lisboa, de 4 a 6 de Dezembro, no Teatro Tivoli BBVA.

Gisberta viveu em Portugal durante mais de duas décadas tornando-se conhecida pela ascenção meteórica nas noites do Porto, onde protagonizava espectáculos transformistas, e mais tarde pelas circunstâncias de violência em que foi morta. A tragédia estimulou movimentos e mobilizou a sociedade portuguesa a debater temas que afectam pessoas LGBTQ.

O tema “Balada da Gisberta”, escrito por Pedro Abrunhosa para o álbum “Luz” (2007), editado por Maria Bethânia no álbum ao vivo de 2011, inspirou Luis Lobianco a procurar mais sobre esta mulher e criar uma obra capaz de fundir política, história, música, teatro, humor, poesia e ficção. Todos os aspectos da sua vida são abordados de forma ora poética, ora contundente, ora documental, sendo muitos ainda inéditos para o grande público português. Trazer “Gisberta” a Portugal é também ampliar a sua existência e manter içada a bandeira da tolerância.

O espectáculo é uma jornada pela vida de Gisberta Salce Junior, desde a infância e adolescência, vividas em São Paulo, no Brasil, com a sua família, até à decisiva mudança para Portugal, país que abraçou enquanto novo lar, aos 20 anos, num momento em que escalava uma vaga de homicídios a transexuais na sua cidade-natal. Foi encontrada morta no Porto, 25 anos mais tarde, após ter sido torturada por um grupo de 14 jovens menores de idade.

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