A Companhia de Teatro de Almada apresenta Os gatos, a partir do famoso O livro dos gatos, de T. S. Eliot, e com encenação de Teresa Gafeira nos dias 3 e 4 de Outubro, sábado às 16h, e domingo às 11h, e às 16h.
Era uma vez muitos gatos, com muitos nomes, alguns muito estrambólicos, e outros que eram só deles, e não diziam a ninguém. Havia um a quem chamavam Tigre Ronrom, que apesar de dançar muito bem, era tão esquisito, tão esquisito, que não gostava de festinhas, só fazia disparates e, sobretudo, apenas o que lhe apetecia. Havia outra, uma gata velha, a quem chamavam Sarapintada, que passava os dias sentada ou deitada a guardar energia para as noites – altura em que parecia que ficava outra vez nova, e dava aulas de canto e de solfejo aos ratos, cozinhava para eles ou treinava-os para serem escuteiros. Dois outros, Matalote e Rapioca – que nomes maravilhosos! –, eram gatos vadios que, para além de serem grandes especialistas nas artes do circo, miavam o Singin’ in the Rain melhor que o Gene Kelly e eram ainda mais famosos do que ele. E havia ainda uns gatos que ensaiavam pinotes em pensamento e sonhavam com a Lua cheia durante o dia, para à noite irem ao baile, dançar e cantar que nem uns malucos.
Os gatos é inspirado nos poemas de O Livro dos Gatos, escrito por um senhor chamado Tomás (Thomas, em inglês, Tom para a família e os amigos): T. S. Eliot (1888-1965), um grande (ou seja, muito bom) poeta norte americano, tão grande que até ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1948. A encenadora Teresa Gafeira escolheu alguns poemas desse livro e criou uns gatos que só podem ser vistos no teatro. Os gatos é uma espécie de aula de gatologia, que é uma palavra que ainda não está nos dicionários mas que faz muita falta.
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