As mulheres lésbicas têm mais possibilidades de virem a sofrer de cancro do colo do útero do que as mulheres heterossexuais. É o que conclui um estudo recente, tendo por base diversos factores de risco, nomeadamente questões comportamentais.
Esta nova pesquisa, levada a cabo pela enfermeira Lindsay Waterman, da Universidade de Washington, e pelo professor Joachim Voss, da Escola de Enfermagem da Universidade de Washington, conclui que as lésbicas têm menos hipóteses de fazerem um exame do Papiloma Vírus Humano (HPV), vírus detectado em todos os casos de cancro cervical.
Quando a presença do HPV é detectada atempadamente, é possível debelar o problema e, assim, contribuir para evitar um cancro na zona do colo do útero.
Como a principal via de contacto com o HPV é mediante a prática de relações sexuais com homens, considera-se que as lésbicas correm menos riscos de o contrair e, logo, os exames de rastreio ao HPV, nomeadamente o chamado Papanicolau, são feitos em muito menor número em mulheres com esta orientação sexual.
O estudo publicado no jornal Nurse Practitioner constata que as lésbicas são rastreadas de 5 a 18 por cento menos que as mulheres heterossexuais, o que aumenta as suas possibilidades de virem a sofrer de cancro cervical.
Importa notar, contudo, que se pode contrair o HPV através do contacto de pele com pele, nomeadamente por via da estimulação manual, através do sexo oral ou através da partilha de brinquedos sexuais.
O referido estudo considera também que, por razões sociais e comportamentais, as lésbicas apresentam mais factores de risco gerais, no âmbito do cancro cervical, por apresentarem um índice de massa corporal superior, maior consumo de álcool e maiores taxas de consumo de tabaco.
Mas, no fim de contas, “todas as mulheres com colo do útero, independentemente da sua orientação sexual, correm risco de sofrer de cancro no colo do útero”, aponta-se nesta pesquisa científica que reforça a importância da saúde preventiva.
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