“O meu Girassol” é um livro que chegou às bancas a 21 de Junho de 2013. Consiste no reflexo de um acumular de histórias, pensamentos e desabafos de uma mãe cujo filho nasceu com Trissomia 21, que culminaram naquilo que essa mãe guerreira descreve como “Uma grande lição de vida”.
Fernanda Rebelo é a mulher, e a mãe, que está por detrás deste grande livro. Nele, ao longo das páginas, ela vai desvendando o caminho árduo que percorre há já 38 anos. Caminho esse que, apesar de árduo, consegue ser gratificante e estimulante graças a todas as conquistas que Fernanda Rebelo tem vindo a alcançar durante o seu percurso, até aos dias de hoje. Quando todos colocaram em causa as reais capacidades do seu filho, a autora foi mais longe e lutou de tal forma que conseguiu alcançar resultados extraordinários.
A história desta mulher, ainda que diferente, não difere assim tanto da história de tantas outras. Ela casou, construiu um lar e teve filhos. Porém, o nascimento de um menino “diferente” veio ensinar-lhe o verdadeiro significado das palavras “amor incondicional“, mesmo que para tal tenha pago preços demasiado elevados no que diz respeito às suas relações pessoais.
Embora o marido não estivesse de pleno acordo em terem mais um filho, Fernanda quis viver a experiência da maternidade ao lado do marido que, até então, tinha estado sempre destacado na guerra. Quando o pequeno rebento nasceu, Fernanda soube logo que ele era diferente… e aqui começou a história de uma grande luta contra a discriminação, contra o preconceito, contra a falta de condições e apoios e contra muitas outras adversidades sociais.
Fernanda Rebelo perguntou-se muitas vezes o porquê de ter tido um filho diferente. Chegou mesmo a revoltar-se com Deus e a acreditar que este não existia. No entanto, o tempo fez com que renovasse a sua fé, de tal forma que entre ela e o seu filho, que apelida de “o meu girassol”, haja hoje um amor incondicional tremendo.
O Flagra ficou sensibilizado com esta história e entrou em contacto com a autora Fernanda Rebelo.
O que a levou a escrever este livro?
Aos poucos fui escrevendo um pouco sobre a minha história de vida num caderno, caderno esse que fui guardando com o objectivo de um dia o transformar em livro. O Meu Girassol já foi escrito há muito tempo, mas foi graças à determinação da minha neta que passei tudo para o computador, aproveitando para fazer alguns acréscimos.
Depois de tudo passado para computador, achei que era importante dar a conhecer a minha história, porque chama a atenção para a luta pelos direitos das pessoas que padecem de deficiência e pela integração das mesmas na sociedade. Fazia-me, e ainda me faz, confusão ver tantos jovens que podiam estar integrados na sociedade a estarem todos os dias fechados em casa.
Fale-nos um pouco do seu Girassol.
Ele é um menino muito carinhoso e muito meigo. Quando lá vai alguém a casa tenho de ter sempre coisas (chocolates, bolachas) para oferecer, pois ele adora oferecer coisas às pessoas. Uma das minhas principais preocupações passa por passar tempo de qualidade com ele e levá-lo a conhecer coisas novas. Gostamos de ir ao cinema, ir ao teatro, ir passear e até mesmo de ir dar a volta a Portugal. Ele adora.
Nós temos quase que um ritual diário em que todos os dias ele me ajuda com as tarefas de casa e eu, todos os dias, faça sol ou faça chuva, jogo à bola com ele.
Sente ou já sentiu preconceito pelo seu filho ser diferente?
Muito, mas mesmo muito. Quando era mais pequeno havia pais que não deixavam os filhos brincarem com ele porque ele era diferente. Na escola não havia o esforço para o ensinar e tive de batalhar muito para conseguir que ele tivesse uma aprendizagem adequada.
Considera que o livro pode ser uma ajuda para todos os pais que, tal como a Fernanda, têm um filho que sofre de Trissomia 21?
Sim, sem dúvida. Espero que seja uma grande ajuda para saberem como lidar com a doença e saberem tirar o melhor partido das pequenas, mas ao mesmo tempo grandes, conquistas.
Alguns autores encontram dificuldades em encontrar uma editora disponível para publicar as suas obras, sentiu essa dificuldade?
Não, de todo. A minha neta Inês teve a iniciativa de enviar o meu livro para a Editora Chiado, que se mostrou logo muito interessada em publicar o livro. No final de 3 meses o meu livro já estava disponível nas bancas. Claro que os custos associados ao lançamento de um livro podem ser um impasse e, no meu caso em particular, como eu não tinha disponível a verba necessária tive de recorrer a apoios. Inicialmente pensei numa ideia que me permitisse juntar o dinheiro necessário e fiz uma proposta a uma grande amiga para me ajudar a levar essa ideia avante. Essa minha grande amiga do peito ficou de pensar. Certa noite bateu-me à porta pois queria ajudar-me com a quantia total para poder avançar com a publicação do livro.
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A autora deste livro é uma mulher que continua na sua luta, mas com a sensação de dever comprido e com a esperança de conseguir passar a sua mensagem: “o ser diferente, não obriga a que se seja visto como diferente”. Fernanda Rebelo acredita que devemos aceitar o próximo tal como ele é. Diariamente ela dedica-se ao seu filho, ao seu girassol, que move o seu mundo e acompanha ainda vários “girassóis” de uma instituição, que ajudam a tornar o seu dia a dia mais colorido.
adorei ler este livro,uma verdadeira mae,guerreira,lutadora
quero apenas com este livro demostrar que todos somos iguais, todos somos diferentes, com direitos e deveres, lutar contra o preconceito é um dever, lutar por uma qualidade de vida para estes seres que não podem lutar por eles própios é uma obrigação de todos nós e eu como mãe muitos mais obrigação de lutar pelo meu filho, agora peço a todos os que tem um filho como o meu lutem por eles , pois eles dão-nos muito mais do que nós damos a eles, embora nós mães os amemos muito eles ama-nos muito mais e não pedem nada em troca, Por isso peço comprem este livro só lendo este livro vão compreender o meu amor por ele e por todos os que são como ele, o meu obrigado a todos.