Duplicam óbitos provocados por quedas

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Os últimos dados publicados pelo INE, no que respeita às principais causas de morte no ano passado, são bastante reveladores: as quedas de idosos aumentaram 50% em cinco anos, e foram responsáveis por mais de 500 óbitos no ano passado. O fenómeno faz com que alguns especialistas já falem num problema de saúde pública pela sua atual dimensão.

Apesar de não serem uma doença, as quedas são um fator de risco que tem, à sua causa, associado um problema de saúde com grande prevalência em Portugal: a perda auditiva. De acordo com uma investigação da John Hopkins University School of Medicine, a perda de audição leve aumenta em três vezes a probabilidade de quedas e, estes dois aspetos possuem uma relação direta: quanto maior o grau de perda auditiva, maior a probabilidade de queda. O estudo, que teve a participação de mais de 2 mil pessoas entre os 40 e os 69 anos, refere ainda que, por cada aumento de 10 dB na perda auditiva, se regista um aumento de 1,4 de probabilidade de queda.

“A perda de audição e a ocorrência de quedas pode estar relacionada com a utilização de recursos cognitivos essenciais ao equilíbrio para colmatar o défice de audição. As pessoas com perda auditiva não conseguem compreender perfeitamente o ambiente que as rodeia, o que leva a tropeções e quedas. E, muitas vezes nem se apercebem que é este problema de saúde que leva aos acidentes que, nalguns casos, a consequência irreversíveis. Com este estudo, ficou comprovada a importância da procura de um tratamento adequado para a perda auditiva, mesmo que esta seja considerada leve. Os recursos atuais para tratamentos e a utilização de aparelhos auditivos podem revelar-se bastante importantes na manutenção da qualidade de vida das pessoas”, refere Pedro Paiva, audiologista da MiniSom.

Segundo dados do EUNESE (European Network For Safety Among Elderly), anualmente, na União Europeia, ocorrem cerca de 40 mil mortes de idosos devido a quedas.

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