Um estudo realizado pelo Instituto de Medicina Ambiental (IMM), de Estocolmo, concluiu que a exposição ao ruído durante a gravidez aumenta o risco de o bebé vir a desenvolver problemas de audição. A investigação, desenvolvida no Instituto Karolinska, conclui que a exposição ao ruído durante a gravidez pode aumentar em 80% o risco da futura criança vir a sofrer de perda auditiva.
“A saúde auditiva deve ser, cada vez mais, tida em conta nos ambientes sociais que frequentamos, mas, mais importante do que isso, nos ambientes profissionais. A maior preocupação de uma futura mãe é a saúde da criança que carrega. Se a sua profissão exige uma constante exposição a ruídos superiores ao recomendável, devem ser efetuadas alterações no período de gravidez. Este estudo deve ser tido em conta por parte de todas as empresas e futuras mães”, considera Pedro Paiva, Audiologista da MiniSom.
O estudo incluiu mais de 1,4 milhões de crianças, nascidas na Suécia entre 1986 e 2008. Os dados recolhidos incluíram a atividade profissional das mães e características como a idade, etnia, índice de massa corporal, tabagismo e fatores socioeconómicos. Os resultados mostraram que, para o grupo de trabalhadores em part-time em comparação com aqueles que trabalham em full-time, a proporção de risco ajustado sobre a disfunção auditiva associada à exposição materna em ambientes com ruído superior a 85 dB contra menos de 75 dB foi de 1,27. Os trabalhadores em full-time, foram analisados como um grupo, e a relação de risco foi de 1.82.
“A recomendação da Autoridade Sueca do Ambiente de Trabalho é de que as mulheres evitem níveis de ruído acima dos 80 dB apesar de, infelizmente, esta não ser seguida. O nosso estudo mostra o quão imperativo é para os empregadores observar esta recomendação. Mesmo que as próprias mulheres grávidas usem protetores de ouvidos em ambientes ruidosos, os bebés permanecem desprotegidos”, refere Jenny Selander, principal autor do estudo.
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