Nem tudo o que se ouve é verdade. Veterinária desmistifica os cuidados de inverno com cães e gatos

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O frio pode trazer desconforto, pele seca e até doenças, por isso é importante que os tutores saibam como cuidar dos seus patudos.

Há quem acredite que o pelo é suficiente para enfrentar o frio, mas essa é apenas uma das muitas ideias erradas sobre o cuidado com cães e gatos no inverno.

A chegada do inverno é o momento certo para rever rotinas, ajustar a alimentação e reforçar os cuidados diários, garantindo conforto e bem-estar durante os meses frios.

À medida que as temperaturas descem, é essencial lembrar que cães e gatos também sentem frio e podem sofrer com as baixas temperaturas. O inverno afeta o seu conforto, a pele, o pelo e até o sistema imunitário, tornando fundamental adotar medidas preventivas para evitar doenças e desconfortos.

Mitos comuns sobre o frio e os cuidados de inverno podem interferir na saúde dos animais, levando tutores a subestimar necessidades de aquecimento, alimentação ou hidratação. Conhecer a realidade e ajustar a rotina de forma adequada é a melhor forma de garantir que os patudos passam a estação fria saudáveis, confortáveis e protegidos.

“Os animais podem não se queixar, mas sofrem com o frio tanto quanto nós. Os tutores muitas vezes subestimam o impacto das temperaturas baixas, especialmente em cães de pequeno porte, gatos de interior ou animais com doenças crónicas. A prevenção e o cuidado diário fazem toda a diferença nesta época do ano”, explica Elena Díaz, médica veterinária na Kivet.

Os animais têm pelo, logo não sentem frio

Mito. O pelo funciona como uma barreira natural, mas não é suficiente para todos os animais. Cães de pequeno porte, de pelo curto, idosos ou com problemas de saúde são especialmente sensíveis às baixas temperaturas e podem precisar de uma ajuda extra para se manterem confortáveis. Nos dias frios, as roupas para animais são uma aliada importante: ajudam a conservar o calor corporal e reduzem o risco de constipações ou rigidez muscular. O essencial é escolher peças respiráveis, ajustadas e confortáveis, que permitam liberdade de movimentos e não causem irritação na pele.

Os cães podem apanhar chuva

Mito. A exposição prolongada à chuva e ao frio pode provocar hipotermia, tosse e problemas de pele, sobretudo em cães de pequeno porte, de pelo curto ou mais velhos. O pelo molhado retém a humidade junto à pele, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de dermatites e infeções fúngicas. Após um passeio em dias chuvosos, é fundamental secar bem o animal e garantir que permanece num local quente e abrigado. As capas para a chuva, leves e respiráveis, ajudam a proteger o cão da humidade e do frio, prevenindo o desconforto e mantendo o seu bem-estar mesmo nos dias mais cinzentos.

Dentro de casa, os animais não precisam de proteção extra

Mito. Mesmo em ambiente doméstico, o frio pode provocar desconforto e agravar dores articulares, sobretudo em animais seniores. Camas, tapetes quentes ou mantas ajudam a isolar do chão frio e manter o conforto térmico. É aconselhável criar zonas de descanso protegidas de correntes de ar e da humidade, garantindo que o espaço do animal permanece quente e acolhedor durante os meses mais frios.

O frio pode agravar doenças pré-existentes

Verdade. As baixas temperaturas podem intensificar sintomas de doenças articulares, respiratórias e dermatológicas, afetando especialmente animais idosos ou com patologias crónicas. É recomendável que os patudos sejam avaliados no início do inverno, para ajustar suplementos, alimentação e rotina diária de acordo com as suas necessidades. Suplementos articulares, vitaminas e óleos de peixe são grandes aliados, ajudando a manter a mobilidade, fortalecer o sistema imunitário e melhorar o bem-estar geral durante os meses frios.

A alimentação e a hidratação merecem atenção redobrada

Verdade. Durante o inverno, o metabolismo dos animais pode aumentar para manter a temperatura corporal, sobretudo nos que passam parte do tempo ao ar livre. Uma dieta equilibrada e ligeiramente mais calórica ajuda a manter o peso e a energia. As rações ricas em proteínas e ácidos gordos ómega-3 reforçam a barreira cutânea, mantêm o pelo brilhante e fortalecem o sistema imunitário. Também é aconselhável oferecer snacks funcionais, ajustados às necessidades de cada animal.

Não se deve dar banho aos patudos em dias frios

Mito. O frio não é motivo para adiar os banhos, mas exige cuidados redobrados. Devem ser feitos em ambientes aquecidos, com água morna e sempre com secagem completa, para evitar que o animal arrefeça. O uso de champôs hidratantes ajuda a manter a pele saudável e o pelo protegido da secura típica do inverno. Após o banho, toalhas ultra-absorventes e secadores de ar morno são ideais para eliminar a humidade sem causar desconforto.
Nos dias mais frios, entre banhos, é possível recorrer a toalhitas higiénicas ou espumas de limpeza a seco para manter o pelo limpo e as patas livres de sujidade e humidade, prolongando a sensação de frescura sem comprometer o bem-estar do animal.

O frio reduz o risco de pulgas e carraças

Mito. Embora as pulgas e carraças sejam menos visíveis no exterior durante o inverno, não desaparecem completamente. Estes parasitas conseguem sobreviver e reproduzir-se em ambientes interiores aquecidos, mantendo o risco de infestação durante todo o ano. Por isso, a desparasitação deve ser mantida sem interrupções, mesmo nos meses frios. Além da desparasitação externa, é essencial continuar a proteção interna contra parasitas intestinais.  Manter o ambiente limpo, aspirar frequentemente e lavar mantas e camas a altas temperaturas são práticas simples que complementam a proteção. Assim, mesmo durante o inverno, cães e gatos permanecem livres de parasitas e em perfeito bem-estar.

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