As fronteiras entre os campos de jogos físicos e digitais estão a esbater-se cada vez mais. Enquanto os estádios continuam a ser os pontos centrais do êxtase desportivo para os adeptos, casuais e entusiastas, está a surgir outro tipo de arena que atrai milhões de espectadores e jogadores de todo o mundo: o mercado dos jogos em linha.
Com um valor global de cerca de 26,14 mil milhões de dólares em 2023, os jogos em linha tornaram-se um fenómeno cultural de massas em rápido crescimento. Este boom foi catalisado não só pela procura de entretenimento durante a pandemia global de COVID-19, mas também pela crescente interconexão digital do mundo em que vivemos.
As lendas do desporto, já famosas pelas suas façanhas em campo, estão também a conquistar um lugar de destaque no mundo dos jogos: atletas e profissionais de renome mundial estão a aproximar-se cada vez mais do mundo dos videojogos, que é agora visto como uma oportunidade para expandir a base de fãs e os ganhos online, tal como também é referido no artigo da ExpressVPN. Vejamos mais de perto a evolução deste fenómeno.
A evolução dos jogos em linha
Os jogos online já não são apenas um nicho para nerds, mas um negócio multibilionário em que cada vez mais pessoas estão a entrar. Tornou-se, literalmente, um fenómeno de massas que envolve a Web a 360 graus, para não falar de empresas de tecnologia, influenciadores, marcas e muito mais.
Os jogos em linha e os eSports atraem agora jogadores de todas as idades e níveis de experiência: desde os clássicos jogos multijogador em PC e consolas até aos mais recentes títulos battle royale e MOBA em dispositivos móveis, a oferta é tão vasta que satisfaz qualquer experiência de jogo.
Além disso, o aumento da conetividade móvel, juntamente com a crescente popularidade dos smartphones, permitiu que o mundo dos jogos explodisse em linha com o streaming, ou seja, a criação de audiências de espectadores que assistem aos jogadores a ” streamar ” e a jogar.
Protagonistas no terreno e no ecrã
As principais lendas do desporto também demonstram competências excepcionais no mundo dos videojogos. Max Verstappen, tricampeão mundial de Fórmula 1, distinguiu-se nos desportos electrónicos ao classificar-se em 31.º lugar do mundo no modo FIFA Ultimate Team em 2018 e em 21.º em 2019. A sua paixão é tão insaciável que até a leva consigo para as corridas de Grande Prémio, como testemunham pessoas próximas.
O mesmo amor pelos videojogos é partilhado por outros pilotos de Fórmula 1, incluindo Charles Leclerc, George Russell e Lando Norris, todos eles adeptos de demonstrar os seus talentos em jogos vistos em direto por milhões de pessoas em todo o mundo.
No mundo do futebol, há outros grandes nomes, como Neymar Jr. e Andrea Pirlo, que também são influentes e conhecidos nas sessões de jogos virtuais. Neymar, por exemplo, conseguiu um contrato de streaming exclusivo com o Facebook Gaming e Pirlo, por outro lado, fez da PlayStation uma parte crucial da sua vida, chegando mesmo a utilizá-la como preparação antes da final do Campeonato do Mundo de 2006.
Há ainda jogadores de basquetebol, como Gordon Hayward e Devin Booker, que se distinguiram no mundo dos jogos por várias iniciativas. Por exemplo, Hayward assinou um contrato de patrocínio com a HyperX, enquanto Booker venceu o torneio de jogadores do NBA 2K20 durante a pandemia, doando posteriormente o prémio a instituições de caridade.
Impacto social e cultural
Os atletas de elite, para além de serem mestres nos seus respectivos desportos, estão agora a revelar-se campeões noutros aspectos das suas vidas, como já aconteceu com muitas outras lendas do desporto.
Tirando partido da sua fama e presença nas redes sociais, os novos influenciadores dos jogos estão a construir bases de fãs de milhões de pessoas com quem partilham a sua paixão pelos videojogos e com quem se desafiam mutuamente em batalhas de joystick.
Os mundos do desporto e dos jogos em linha, também graças à IA, ao metaverso e a todas as inovações que visam tornar a experiência de jogo cada vez mais imersiva, estão destinados a continuar a convergir ao ponto de dar origem a novos “atletas”, quase inteiramente virtuais.
Dado o seguimento que estas competições são capazes de criar, não é difícil imaginar o quanto este mercado é atrativo para os investidores e para as partes interessadas; se as tendências continuarem a subir, não é assim tão impossível esperar a exploração decisiva do sector nos próximos meses.
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