Cidade italiana de Pádua vai expor as 85 obras de Miró do Estado Português

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A cidade italiana de Pádua vai acolher a partir do próximo 9 de março a exposição “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, composta por 85 obras deste pintor espanhol que pertencem ao Estado português.

As 85 obras de Joan Miró foram alvo de uma polémica após ter sido anunciada a sua venda pelo Estado português. A colecção teve mesmo leilão marcado, na leiloeira londrina Christie’s, em fevereiro de 2014.

O leilão viria a ser cancelado após uma petição pública, lançada pela Casa da Liberdade Mário Cesariny, do Coletivo Multimédia Perve, que considerava a venda das obras “danosa e irreversível” para o país.

Em 2008, o valor dos 85 quadros foi estimado entre 80 milhões e 150 milhões de euros – ao qual acresce o seu valor sentimental, que, defendiam muitos dos subscritores da petição, “não se paga com bónus e códigos promocionais, rifas em leilão ou vendas de garagem” com critérios meramente economicistas.

A Christie’s cancelou a venda dos quadros depois de o Tribunal Administrativo de Lisboa ter rejeitado a primeira providência cautelar, interposta pelo Ministério Público (MP), e alertado para ilicitudes, no processo de expedição.

Os quadros do pintor catalão regressaram a Lisboa, tendo ficado guardados na sede da Caixa Geral de Depósitos. Em 2016, a colecção Miró viria a encontrar casa permanente na Casa de Serralves, no Porto.

A coleção será agora exposta no Palácio Zabarella, em Pádua, iniciativa que conta com o apoio da Fundação Bano de Itália, segundo anunciou a Serralves em comunicado, citado pela agência EFE.

A exposição foi exibida pela primeira vez na Casa Serralves entre outubro de 2016 e junho de 2017, após ser inaugurada pelo presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Durante a sua estadia no Porto foi vista por 240.000 pessoas, entre elas o rei Felipe VI de Espanha, que a visitou acompanhado da rainha Letizia durante uma visita oficial a Portugal.

O Palácio Nacional da Ajuda de Lisboa também acolheu a exposição durante meio ano, até fevereiro deste ano, e recebeu a visita de 49.000 pessoas. Tal como no Porto e Lisboa, a exposição será coordenada pela diretora adjunta do Museu Serralves, Marta Almeida, e terá como comissário Robert Lubar Messeri, especialista nas obras de Miró.

As 85 obras refletem um período de seis décadas de Joan Miró, entre 1924 e 1981, onde se aprecia a transformação das linguagens pictóricas do artista espanhol e a sua metamorfose nos campos do desenho, pintura, “colagem” ou tapeçaria.

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