Daniel Oliveira defende entrevista de José Sócrates

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José Sócrates

O ex-ministro José Sócrates foi o convidado de mais um “Alta Definição”, programa da SIC, no passado sábado (3), e as críticas quanto ao convidado não se fizeram esperar.

Depois de tantas opiniões distintas relativamente a esta entrevista, o apresentador Daniel Oliveira esclareceu qual é o verdadeiro objectivo do programa “Alta Definição”, e salientou que é legítimo receber um convidado como José Sócrates, pois trata-se de um programa de entrevistas.

A propósito da entrevista de José Sócrates e lendo tantas opiniões distintas defendendo uma coisa e o seu contrário, sinto-me na obrigação de também dizer o seguinte: qualquer ex-primeiro ministro, seja ele qual for, está mais do que legitimado para ser convidado num programa como o Alta Definição. Discutir a relevância de trazer um convidado que governou o pais durante 6 anos, independentemente da forma como o fez, parece-me tão carente de sentido que não me vou perder muito com esse ponto.

Daniel Oliveira esclarece ainda que é o próprio quem selecciona os convidados e que o programa não pretende ser um programa de homenagens ou tributos:

O Alta Definição é um programa de entrevistas. Ponto. Não é um programa de homenagens, não é um programa de tributo, nem é um programa de informação. É um programa de entrevistas. Ponto. Que se gere por critérios autónomos que são bastante claros. O facto do público simpatizar, na maior parte das vezes, com os convidados do programa não o torna noutra coisa a não ser um programa de entrevistas. Ponto. O critério da escolha dos convidados é da minha responsabilidade e não responde a nenhum interesse que não seja o de cumprir o desígnio a que o programa se propõe: fazer entrevistas que mostrem o lado humano dos convidados tanto quanto os mesmos se predisponham a isso e o entrevistador o consiga – o que também pode não suceder.

E como claro exemplo de qualidade do programa, Daniel Oliveira assume que mesmo quando na entrevista os convidados não se predispõem a mostrar o seu lado mais íntimo, as entrevistas são levadas a cabo com o mesmo grau de profissionalismo. E tal como as personalidades mais acarinhadas vão ao programa, também as menos acarinhadas lá vão com a mesma finalidade, que é a de prestar uma entrevista. Além disso, Daniel Oliveira não se deixa ficar e deixa bem claro que:

(…) o nosso compromisso ao convidar alguém é aceitar as regras do jogo: nós fazemos perguntas e o convidado responde consoante a sua motivação pessoal, mesmo que as respostas não sejam aquilo que esperamos ou não se crie qualquer empatia. Porque isso seria colocar os nossos interesses pessoais à frente da matriz do formato. Ao abrirmos o leque de convidados ao âmbito político sabíamos que este tipo de reacções poderia acontecer. Fomos criticados quando tivemos o Jerónimo de Sousa (PCP), fomos criticados quando tivemos a ministra Assunção Cristas (CDS-PP), aconteceu o mesmo quando por cá passou Santana Lopes (PSD) e agora com José Sócrates (PS). Com todos, como é público e notório, seguimos a linha de coerência do programa, tratando-o na exacta medida de todos os outros. E isso é, para mim, o mais importante. A liberdade que todos se arrogam no sentido de criticar é proporcional à liberdade que um responsável televisivo tem em convidar um ex-primeiro ministro de Portugal para um programa de entrevistas. Ponto. Bom fim de semana a todos.

José Sócrates lançou recentemente o seu novo livro “Confiança no Mundo” e foi o quinto político a estar no programa.

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2 comentários

  1. MMCC 4 Novembro, 2013 at 16:50 Responder

    Não sei qual é problema das pessoas. A SIC é um canal privado, convida quem quer. Ora este sr. JS está todas as semanas na RTP que é um canal publico, pago pelos portugueses e ninguém diz ou faz nada. Na RTP é que NUNCA.

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