Felipa Garnel reage às notícias que dão conta que o grupo Impresa irá alienar-se de várias revistas de renome em Portugal
Várias revistas do grupo Impresa poderão ver o seu futuro comprometido a curto prazo, uma vez que caso as mesmas não sejam compradas por terceiros, acabarão por ver o seu fim anunciado. Tal decisão prende-se com a nova aposta do grupo liderado por Pinto Balsemão, que pretende dedicar-se mais às áreas do audiovisual e digital.
Neste leque de publicações que têm o seu futuro comprometido, está a revista Caras, que teve Felipa Garnel como diretora. Nas redes sociais a ex-diretora, reagiu com tristeza ao possível fecho das várias publicações do grupo “Confesso que, embora sinta há muito que o fim do papel está iminente, tive um baque. Estamos a falar de revistas líderes nos seus segmentos, de marcas poderosíssimas, de logotipos fortes a todos os níveis, incluindo o da credibilidade, tão necessário quanto importante num mundo onde a mentira circula à vontade e a pós verdade cresce a olhos vistos. De entre estes títulos, há um, que ajudei a fundar, onde ainda trabalham pessoas de quem gosto muito, que tem um lugar especial e importante na minha vida: a CARAS“.
A ex-diretora da Caras acabou por dar uma especial atenção ao projeto pelo qual deu a cara “A CARAS foi desde o seu início um projeto vencedor, feito por gente séria, de carácter forte, jornalistas comprometidos (mesmo em alturas de maior agressividade por parte da concorrência) em não ultrapassar fronteiras essenciais a todo o jornalismo feito com seriedade: o respeito e a verdade. Sei o que digo porque fui editora e diretora da CARAS e, nos últimos tempos, como é público, estive do outro lado da barricada, na direção de uma revista concorrente.
Sinto, por isso, necessidade de, neste momento difícil, dizer publicamente que nunca, por nunca, vi a CARAS enveredar por um caminho mais fácil (ou sensacionalista) para estabilizar vendas ou incrementar números. E isso, a par da força do seu logotipo, seriam, na minha opinião, razões suficientes para a revista ser a última sobrevivente. Ser o último dos moicanos. Parece que poderá não ser assim… É pena”.
“Estou profundamente triste pelo jornalismo em geral, pelos leitores que perdem títulos de qualidade e, sobretudo, por todas as pessoas que lá trabalham e que estão neste momento, certamente, com um nó no estômago, sem saberem o dia de amanhã.
Aqui fica um beijo enorme para todos eles sabendo bem que não há abraço nem palavras que aliviem a angústia de um futuro incerto. Há apenas um sentimento que deve prevalecer: o de terem feito um trabalho digno ao longo de tantos anos e de conseguirem, contra tudo e contra todos, ser líderes até ao fim. Se saírem de cena, saem de cabeça erguida. E isso só acontece aos bons!”, pode ler-se ainda no texto publicado por Felipa Garnel na sua página do Facebook.
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