Polémica entre Nélson Évora e Pedro Pichardo continua a dar que falar
Nélson Évora deu os parabéns a Pedro Pichardo pela sua conquista nos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas as quezílias entre os atletas de alta competição têm alimentado a imprensa nos últimos dias.
Miguel Guerreiro, jornalista da SIC, que teve a oportunidade de fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos e assistir ao grande momento em Pedro Pichardo fez uma importante conquista para Portugal, lamentou que este tenha acabado sozinho no estádio.
“Tinha acabado de se sagrar campeão olímpico, as bancadas estavam praticamente vazias, havia as comitivas dos países, mas a comitiva portuguesa abandonou a bancada porque foi-se posicionar [noutro local] e às tantas o Pedro Pichardo ficou sozinho na pista onde tinha acabado de se sagrar campeão completamente sozinho, porque entretanto os outros atletas já tinham todos abandonado a pista. As bancadas estavam sozinhas e eu não podia lá chegar e fiquei sozinho a meio da bancada a gritar para o Pedro: ‘Pedro depois vou-te entrevistar lá em baixo ou à porta da aldeia olímpica ou aonde quer que seja’ e ele a responder-me’ e tivemos ali uma comunicação” revelou em entrevista para a SIC Notícias.
Embora tenha sido um momento de felicidade, o jornalista abordou a polémica levantada em torno do atleta e Nélson Évora. “Houve a presença de um grande campeão português, o Nélson Évora, que não soube muito bem lidar com as quezílias que tem com o Pedro Pichardo, desde que este chegou a Portugal. E isso foi um pouco difícil de gerir. E eu diria mesmo que em termos desportivos e de ética desportiva, na presença portuguesa no Jogos Olímpicos, eu acho que essa foi a situação menos positiva – até menos do que alguns atletas de quem se esperava mais e que não conseguiram superar-se, porque acontece. Acontece com todos nós… acontece com os atletas às vezes”.
Na opinião de Miguel Guerreiro esta situação “já era expectável, até porque os atletas não se falam. É uma situação antiga. Eu acho que era já muito esperado que isso viesse a acontecer e aquilo a que eu assisti nas bancadas durante o concurso do triplo salto, eu e todas as pessoas que lá estavam, mas eu estava muito atento a isso… tal como já foi dito pelo presidente do Comité Olímpico Português, Dr. José Manuel Constantino, realmente a situação em que o Nélson Évora colou a comitiva portuguesa não foi uma situação fácil, porque, durante o tempo em que o Pedro Pichardo estava a tentar lutar para ganhar uma medalha para Portugal, ele estava junto à pista a dar indicações a um amigo, a um colega de treino, tudo bem isso compreende-se que ele até estivesse a torcer por dentro pelo companheiro de treino e amigo, mas estava a torcer também por um adversário de Portugal naquele concurso e estávamos perante a competição desportiva mais importante do mundo”.
//AR
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