Luís Franco-Bastos perde mãe no dia mais importante da sua vida

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O humorista Luís Franco-Bastos perdeu a mãe no passado sábado, dia 8.

Por coincidência, este dia marcava a estreia do humorista no espectáculo “Roubo de Identidade”. Poucas horas antes de subir ao palco, chegou a triste notícia.

Apesar da dor, Luís Franco-Bastos optou por homenagear a mãe e subiu ao palco no mesmo dia em que viu a sua fã número um partir.

Neste Domingo, o humorista utilizou a sua página oficial do Facebook para deixar uma homenagem sentida à sua mãe, onde ressalvou que, apesar do espectáculo ter tido lotação esgotada, uma cadeira importante ficou vazia e assim permanecerá agora para sempre.

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Ontem era suposto ser um dos melhores dias da minha vida. Foi o pior.

Algumas horas antes do “Roubo de Identidade”, perdi a minha mãe. Fiquei sem a minha fã número 1.

Por mais esgotada que a sala estivesse, qualquer sala e qualquer momento da minha vida agora vai ter sempre uma cadeira vazia. E ocupada ao mesmo tempo. Nessa cadeira, mais ninguém se vai sentar.

Quis sempre fazer o espectáculo – por mim, por vocês e por ela. Não foi um acto de coragem, como muitos me têm dito. Foi a única opção possível.

Se não fizesse, morria eu também. Não ia aguentar ficar quieto a olhar para as paredes. Nem estaria a honrar a memória da minha fã número 1 – comprou 15 bilhetes para a família toda no dia a seguir a estarem à venda.

Não deixaria de fazer a única homenagem que me era possível fazer. Ela detestaria saber que eu tinha deixado de fazer algo por causa dela – principalmente algo tão importante que ela apoiava e valorizava acima de qualquer pessoa (tal como o meu pai).

É impossível resumir ou explicar o que era a minha mãe. Mas, tentando, diria que era a pessoa mais dedicada e preocupada com tudo e toda a gente que a rodeava que alguma vez conheci. Teve medo de cães toda a vida. Nunca se aproximou de nenhum, não foi educada com animais. Até que conheceu um rafeiro chamado Balotelli – só porque era meu, tornou-se a segunda criatura que ela mais adorava. Tratava-o como o neto que nunca chegou a ter. Queria dar-lhe tudo. Dava-lhe do prato dela. Salsichas com couve-lombarda. Carne de porco à Alentejana. Eu tentava dosear isso. “É um cão, não pode comer essas coisas! Se lhe queres dar um miminho, dá-lhe pão que isso não faz mal”, “Ah, ele pode comer pão? Boa, já não me esqueço!”. Uma semana depois, chegamos a casa dela e somos recebidos com “Descongelei pão para o Balotelli!”.

Não se pode resumir, mas isto era e será sempre a minha mãe.

Se sou o que sou hoje, devo-lhe a ela 99% ou mais – nunca deixaria de fazer o espectáculo. Não me vou despedir, até porque ainda não acredito. Hoje há mais às 22h. A tua cadeira está lá. Fila da frente porque és pitosga. Até já, Mãe. Love you.

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