Nuno Lopes denuncia que há artistas a passar fome em Portugal

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O actor Nuno Lopes considera-se “um privilegiado” nestes tempos de pandemia, numa altura em que se estreou na Netflix com a série “White Lines”, mas denuncia que há artistas em Portugal que “estão em situação de fome”.

Declarações numa entrevista à Rádio Renascença, onde Nuno Lopes lamenta o estado de precariedade permanente do sector artístico português que a pandemia de covid-19 veio agravar.

“A classe cultural em Portugal já é precária desde sempre, pior fica quando há uma crise e quando não temos sequer a condição de intermitentes, como há noutros países”, queixa-se Nuno Lopes, lamentando que os actores e outros artistas não têm “sequer direito a subsídio de desemprego”.

A situação de precariedade “significa, que quando não estão a trabalhar, como agora, porque não podem, não têm como ganhar a vida”, constata o actor.

“Há muitas pessoas da minha classe que estão neste momento em situação de fome, mesmo”, alerta ainda Nuno Lopes que fala de uma “situação horrível”.

O actor que participa na série “White Lines” da Netflix, que estreou nesta sexta-feira, considera-se um “privilegiado” nesta fase. Mas, ainda assim, lamenta que teve de “parar um filme que estava a fazer com o Marco Martins”.

“Voltamos para Portugal e como as condições monetárias que a cultura tem nunca são grandes, estamos neste momento a perceber como é que podemos continuar”, refere o actor, notando que “tinha um outro projecto em França” que também está dependente da reabertura das fronteiras e da “evolução do vírus no mundo”.

“Concursos patéticos do Ministério da Cultura”

A actriz Sandra Faleiro também se queixa da actual situação, referindo-se às “pessoas que já não têm comida no prato” e aos “trabalhadores independentes que trabalham há anos sem condições ou garantias nenhumas”.

As palavras de Sandra Faleiro surgem numa publicação no Instagram, onde critica ainda os “concursos patéticos do Ministério da Cultura nestes tempos de calamidade”.

“Se não se tomarem medidas a sério que tenham uma perspectiva de futuro e que sejam realistas e funcionais”, espera-nos “o vazio”, “sem música, cinema, teatro, dança, literatura, artes plásticas, televisão”, avisa a actriz.

// ZAP

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