“Cenário de terror” no Zmar. Polémica no resort liberta todos os ódios

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Zmar

Já estão alojados no empreendimento turístico Zmar, na Zambujeira do Mar, em Odemira, cerca de 30 imigrantes que chegaram ao local num “cenário de terror”, segundo os advogados dos proprietários das casas.

O jornal Expresso reporta que o realojamento dos imigrantes, maioritariamente trabalhadores agrícolas, aconteceu por volta das 4 da manhã, com recurso a um “contingente musculado de homens armados e cães” da GNR, “para entrar de forma forçada no empreendimento”.

Uma situação que leva os advogados dos proprietários das casas a falarem em “cenário de terror” e as redes sociais a protestarem.

“Actos fascistas” do Governo no Zmar

No Twitter, há quem fale de “actos fascistas” do Governo. “Poderiam ter deslocado os migrantes para a casa dos governantes e seus amigos queridos”, critica um utilizador.

Também há quem note que “transferir os imigrantes às 4 da manhã para o Zmar com um aparato de segurança enorme, é muito soviético”.

“Gente rica que usurpou terras”

Mas não chovem críticas apenas para o Governo que terá a receber cerca de 60 milhões de euros do Zmar, no âmbito de dívidas das empresas que tinham a sua propriedade, conforme avança o site ZAP.

Também os proprietários das casas privadas do resort são criticados por continuarem os protestos contra o alojamento dos imigrantes.

“Aqueles proprietários do Zmar andam ali a fazer protestos no local, não têm empregos? De que vive aquela malta?”, pergunta um utilizador do Twitter. “Espero bem que não andem a gastar dias de férias, depois chorem que nem aproveitaram as barracas – que totalmente desfrutam pessoalmente, e não arrendam a outros”, acrescenta a mesma pessoa.

“Será que alguém me pode dizer o valor do IMI dos ditos proprietários privados do Zmar?”, pergunta outro utilizador do Twitter.

Por outro lado, há quem critique que é “gente rica que usurpou terras que não foram sequer licenciadas para ter aquelas casas”.

Zmar foi licenciado como parque de campismo

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse que o Zmar foi licenciado como parque de campismo. Portanto, segundo o governante, não teria autorização para construção de casas de residência permanente que, vários proprietários, dizer ter no local.

“O Zmar é um parque de campismo com casas de madeira. Algumas casas de madeira são do parque para alugar, outras foram compradas por pessoas. O parque de campismo está insolvente e o Governo fez a requisição civil de casas que são para alugar. É isto?”. Este é o resumo que o utilizador do Twitter Muta faz da situação.

Acusações de racismo e xenofobia

Mas também há muitas pessoas a falarem em racismo e em xenofobia, considerando que os proprietários das casas do Zmar só se recusam a ceder as habitações por estarem em causa pessoas pobres e estrangeiras.

Por outro lado, há quem aborde a situação com algum humor, lembrando aquela “senhora que ia para a Comporta ‘brincar aos pobrezinhos'”. “Apetece-me mandar 98% dos que comentam sobre o ZMar irem brincar aos imigrantes, trabalhando nas estufas e alojando-se nos contentores”, aponta uma utilizadora do Twitter.

“Bebés?!”

Num tom humorístico, o perfil Sra. Dona Adrigues Romália divulga, também no Twitter, imagens do realojamento dos imigrantes no Zmar com um áudio que não é possível confirmar que seja verdadeiro.

Assim, é possível ouvir o que serão supostos proprietários a dizer coisas como “aquela carrinha deve ser o restaurante take-away”, “são 4 da manhã, numa zona privada, eu quero dormir” e “não me riscaram o carro, pois não?”. Ou ainda, num tom de espanto, “bebés?!”.

//SV

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