Dia Internacional Contra a Violência Doméstica

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Imagem meramente ilustrativa

No século XX as mulheres eram mal tratadas, espancadas, violadas ou escravizadas na sua própria casa pelos seus maridos. Havia ainda as que eram vendidas ou enganadas para serem escravizadas como objecto sexual em bares de alterne, onde muitas vezes eram compradas por homens que as mantinham em casa para as escravizar, violar ou até matar.As mulheres não eram espancadas por gostarem. As mulheres são seres humanos e gostam de ser amadas e respeitadas pelos companheiros, maridos ou namorados. Contudo, muitos homens pensavam que as mulheres eram como uma propriedade que se obtinha com o intuito de lhe satisfazerem todos os caprichos.

As mulheres precisam de muito amor para continuarem a sonhar e assim fortalecerem os laços de amor entre os dois seres. Se elas são espancadas e vão aguentando, muitas vezes é por causa dos filhos, ou por não terem trabalho, ou por medo ou até mesmo pelo preconceito social que ainda é muito grande na nossa sociedade. Quando a mulher chega ao seu limite, dá o seu grito de revolta, sai de casa e não é vista pela família, nem pelo marido, nem pela sociedade como vítima de maus tratos, mas sim como uma vadia que não quer fazer sacrifícios e com a certeza de que já terá outro homem.

A mulher, ao reflectir sobre essas possíveis consequências, preferia ficar calada… morrendo aos poucos em silêncio até ao desfecho final, “a morte às mãos do marido”.

Antigamente essa era a cruel realidade e, no caso de serem espancadas, se ousassem fazer queixa a alguém, até mesmo aos pais, recebiam como resposta “aguenta que eu também tenho aguentado”. Imperava o ditado “entre marido e mulher não se mete a colher”.

Estamos no século XXI!

Só este ano já morreram trinta e duas mulheres e o ano ainda não acabou. Isto dá que pensar! E quantos homens morreram às mãos de uma mulher? Certo que também há homens que sofrem maus tratos, e eu conheço alguns casos! Mas os homens, aos olhos da sociedade, são uns reis e senhores, um rei que pode ter quantas mulheres quiser e ainda é tratado como um herói!

E nós, mulheres, o que somos? Somos, por natureza, o elo mais fraco, somos nós que trabalhamos vinte e quatro horas por dia, trabalhando fora e dentro de casa para podermos dar o melhor conforto aos filhos e ao marido. Mas para o marido, e até mesmo para os patrões, não passamos de símbolos de sexualidade e temos que estar sempre disponíveis.

Temos ordenados inferiores aos dos homens e quando acontece uma separação quem fica numa situação mais frágil não é o homem mas sim a mulher! O Tribunal o que faz? Vai arrastando os casos por longos anos, com os homens à solta, livres para continuarem os maus tratos contra a mulher e muitas vezes contra os filhos.

A mulher tem que trabalhar a dobrar para sustentar os filhos, porque muitas vezes os maridos não querem saber se os filhos têm de comer, que vestir ou se precisam de um simples brinquedo, e uma grande parte deles falta com as pensões de alimentos.

E quando a mulher apresenta queixa na polícia, é muitas das vezes ridicularizada num momento em que procura uma resposta de ajuda. Quanto ao agressor, esse continua, em muitos dos casos, em liberdade, livre para acabar ou continuar com os crimes contra a mulher. A mulher continua a ficar em casa a ser espancada até que a situação se resolva de uma forma trágica. Ou a mulher já está morta, ou é uma morta viva que vive como um farrapo por dentro e por fora.

Não há instituições que cheguem para dar resposta a esta epidemia e é por não haver respostas que muitas vezes a mulher vai aguentando até ser morta pelo marido.

Ainda hoje a notícia do dia é uma mulher vítima de todo o tipo de agressões: fome; espancada; acorrentada; violada; etc. E o que é que aconteceu ao marido? Veio para casa com pulseira electrónica, enquanto a mulher ficou internada no hospital. É esta a justiça que temos!

Desde 2012 a 2013 morreram mais de 53 mulheres, vítimas de maus tratos, e por cada duas delas também uma criança morreu! E termino com esta pergunta: Quantos homens morreram nestes anos devido a maus tratos?

Hoje, segunda-feira (25), é o dia Internacional contra a violência doméstica! Vamos todos pensar neste problema, que merece toda a atenção das instituições, do governo, dos patrões e de todos os homens e mulheres!

Para todas as mulheres, um abraço e muita coragem para poderem lutar contra todos os agressores.

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