Monica Lewinsky fala sobre o escândalo com Bill Clinton em campanha contra o cyberbullying

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Vanity Fair / Divulgação

Monica Lewinsky continua a partilhar a sua versão da história tórrida com Bill Clinton.

Aquela que está associada a Bill Clinton por um dos escândalos amorosos que chocou o mundo, anunciou, esta segunda-feira, que vai liderar uma campanha para combater o cyberbullying. Ela própria, que também foi vítima no final de 1990, falou das repercussões que o affair que manteve com o Presidente dos Estados Unidos teve na sua vida e, principalmente, na sua auto-estima.

Monica Lewinsky quebra silêncio sobre Bill Clinton e fala do que sofreu

De acordo com a Forbes, Monica Lewinsky, agora com 41 anos, reconhece que ela foi a primeira vítima. “Eu fui a paciente zero. A primeira pessoa a ter a sua reputação completamente destruída em todo o mundo através da Internet.”

Apesar de ainda não existirem na altura as redes sociais que hoje fazem furor por todo o mundo, certo é que “(…) haviam sites de fofocas, notícias e entretenimento repletos de secções de comentários e e-mails que podiam ser enviados. É claro que tudo foi feito na altura da [Internet] lenta [em ligações] dial-up. No entanto, essa história chegou a todo o mundo. Um fenómeno viral que se pode argumentar ter sido o primeiro momento de verdadeira ‘media social’.”

Segundo a revista People, a ex-secretária terá desabafado “francamente, eu quase que me desintegrei. Não, não é uma palavra muito forte. Eu gostaria que fosse, mas não é. Existia um mantra implacável na minha cabeça: eu quero morrer.”

Os meses que se seguiram ao escândalo foram devastadores e Monica Lewinsky viu-se obrigada a mudar para o Reino Unido, onde frequentou a Escola de Economia de Londres e completou um Mestrado em Psicologia Social, no entanto, o fantasma da humilhação pública de que foi alvo ainda a perseguiu durante muitos anos.

Segundo a People, Monica terá afirmado “Durante esse período, eu gradualmente vim a perceber que havia duas Monica Lewinskys … Havia eu, e havia a Monica Lewinsky do público. Uma personagem um tanto curiosa, construída por facções políticas e pelos media. Construída com um pouco de verdade e muita ficção. Os meus amigos não conheciam essa Monica. A minha família não conhecia essa Monica. E esta Monica, a Monica real presente aqui hoje, também não a conhecia.”

A história de Tyler Clementi, que também foi alvo de cyberbullying após ter sido filmado a beijar um rapaz no seu quarto, levou a que ex-secretária de Bill Clinton tivesse uma voz activa contra este tipo de bullying. O jovem foi ridicularizado de tal forma que acabou por cometer o suicídio.

“Essa tragédia é uma das principais razões que me faz estar hoje aqui, de pé. Ela tocou em nós as duas, a minha mãe estava estranhamente chateada com a história, e eu perguntava porquê. Eventualmente, ocorreu-me: ela voltou a 1998, voltou a uma altura em que eu era periodicamente suicida; quando ela poderia muito facilmente ter-me perdido; quando eu também poderia ter sido humilhada até à morte”, revelou Lewinsky.

Diz a Forbes que Lewinsky ficou de tal forma sensibilizada com esta tragédia, que se reuniu com os pais do jovem que criaram a Fundação Tyler Clementi para jovens vulneráveis​​, para jovens LGBT e seus aliados. Monica Lewinsky tenciona, agora, poder partilhar a sua história com as vítimas de cyberbullying e assédio online.

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