No último fim-de-semana, Lisboa viveu a maior experiência Open House até à data.
O evento que cada vez mais marca a agenda de quem quer ver e conhecer melhor a cidade, viu mais que duplicar o número de visitas, com as 44.217 visitas deste ano a contrastar com as quase 18.000 da edição anterior.
Nas palavras das comissárias Rita e Catarina Almada Negreiros, “foi bom confirmar que o objetivo está a ser cumprido: apresentar Arquitectura a quem habita a cidade. O número de visitantes é impressionante e revelador de que o mapa esteve verdadeiramente aberto a todos e muito activo!”
Segundo José Mateus, presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, “o Open House já se afirmou como um dos eventos mais importantes da cidade, tanto pela extraordinária adesão da população, como pela forma eficaz como promove o conhecimento profundo de Lisboa. A riqueza da interacção directa entre visitantes e especialistas ou autores, complementada com a experiência de atravessar, sentir e apreender a arquitectura no seu estado de maior competência, transformam claramente o olhar, a percepção, a consciência que os lisboetas participantes possuem da sua cidade.”
No topo da lista dos mais visitados podemos encontrar a Igreja de São Roque, o Panorâmico de Monsanto – especialmente aberto para integrar o roteiro – o Museu dos Coches, Reservatório da Mãe d’Água e o Palácio Chiado.
A qualidade e a diversidade das propostas, com estilos, dimensões e autorias tão díspares, também se revelou nos locais de acesso mais limitado como as já indispensáveis casas privadas, o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa ou o Hotel Britania.
A riqueza da interacção entre visitantes e especialistas ou autores continuou a ser uma das maiores características deste evento único, numa clara troca de experiências e modos de ver, apreender e sentir a Arquitectura.
“Este evento possibilita ao visitante dar a sua opinião imediata aos autores sobre os seus projectos, e aos autores de mostrar a Arquitectura como uma disciplina que alia à dimensão poética uma reflexão racional.” Pedro Oliveira, arquitecto.
A estreia do programa de acessibilidade com as visitas dedicadas a pessoas cegas ou com baixa visão, surdas e com deficiência intelectual foi mais um marco na estratégia de um acesso tendencialmente universal às actividades da Trienal de Lisboa.
O reforço nos programas paralelos, como o Open House Júnior e o Open House Plus, confirmou ser uma aposta ganha, continuando estes eventos a ser um importante elemento na conquista dos mais novos que, com as suas famílias, não faltaram à chamada.
“Foi a primeira vez que usufruímos em família do programa Open House e foi espectacular. Sem birras nem cansaço, o programa Júnior revelou-se um tempo _indoor_ muito prazeiroso a deixar a vontade de ir espreitar mais uma casa ou museu desconhecido.” Selma Uamusse, cantora.
Num visível esforço de crescimento, “depois de cinco edições, a organização sentiu necessidade de imprimir uma nova energia e uma nova imagem ao evento que acabou por superar todas as nossas expectativas, resultando neste redobrado sucesso.”, afirma Inês Marques, coordenadora do Open House Lisboa. A equipa executiva também foi alargada, conseguindo reunir 74 especialistas e 290 voluntários, números que traduzem a vontade e o orgulho de fazer parte de um evento aberto a todos, a cada ano mais comprometido com a qualidade e com o enriquecimento daqueles que nele participam.
“O Open House Lisboa constitui uma forma importante de reconhecimento da cidade e da sua potencial fruição, propondo percursos, lugares, edifícios, muitas vezes desconhecidos pelos habitantes ou visitantes que, a seu modo, vão também apropriar-se do espaço, num enriquecimento recíproco e orgânico.” Isabel Nogueira, Historiadora de Arte e Curadora
Sê o(a) primeiro(a) a comentar