Os casacos de pele estão com os dias contados

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Há quem diga que os casacos de pele estão com os dias contados na moda internacional, e a verdade é que a tendência para o futuro dá sinais de poder ser mesmo essa: peles não, obrigado.

Mas será que a pele animal – o mais controverso material usado na indústria da moda – está finalmente a um passo do fim? Pode ser mais difícil responder a essa questão do que jogar à roleta online, mas parece que sim.

A London Fashion Week, realizada em setembro, foi a primeira semana de moda no mundo a banir as peles de animais – provocando uma incontida euforia em ativistas dos direitos dos animais em todo o mundo.

Poucas semanas depois, conta a BBC, também a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, decidiu banir a produção e venda de pele na cidade, tornando-se a maior cidade americana a tomar a iniciativa.

Um pouco por todo o mundo, as casas de luxo começam a aderir à tendência de banir as peles. A Burberry, de Riccardo Tisci, decidiu fazê-lo na véspera do evento londrino.

Também Gucci, Michael Kors, Tom Ford, John Galliano, Maison Margiela, Jimmy Choo e Versace o fizeram nos últimos dois anos. Stella McCartney, rainha incontestável do luxo sustentável, nunca trabalhou com peles animais.

Em junho, a gigante online de luxo Yoox Net-a-Porter, que fornece alguns dos maiores clientes de pele, anunciou que vai deixar de vender peles reais, citando como razão o feedback dos seus clientes.

O CEO da Gucci, Marco Bizzarri, afirmou recentemente que “usar peles já não é moderno, e por isso vamos deixar de as usar”. E para uma indústria que se orgulha de estar atenta às novas tendências, a afirmação de Bizzarri foi uma sentença de morte para as peles de animais.

Já era altura de a moda tomar esta iniciativa. Da captura selvagem aos horrores do mercado chinês de peles, em que a recolha da pele do animal vivo faz parte do processo, nada é simples ou indolor em todo o processo.

Mas por que motivo a indústria da moda está agora a abandonar as peles de animais tão rapidamente?

“Cada vez mais, os clientes esperam que as marcas mostrem responsabilidade social, sustentabilidade e respeito pelo bem-estar dos animais. O movimento para banir a pele de animais na moda faz parte deste pensamento”, explica Wendy Higgins, diretora da ONG Humane Society International.

“As pessoas já não querem ver peles de animais, elas passaram a simbolizar um egoísmo que não querem apoiar. E as posições assumidas por designers como Gucci criaram um efeito dominó”, conclui Higgins.

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