Com menos de um mês de vida, Brittany Maynard vai lançar uma campanha online juntamente com uma associação sem fins lucrativos, para que todas as pessoas do seu país, Estados Unidos, possam morrer com dignidade.
Esta jovem, de 29 anos, tinha casado recentemente quando descobriu através de exames médicos, em Abril, altura em que começou a sofrer fortes dores de cabeça, que tinha um tumor cerebral em fase terminal, mais concretamente um glioblastoma fase 4.
Depois do choque inicial do diagnóstico, Brittany procurou informar-se junto de especialistas sobre como seria morrer da sua doença e sobre quais as suas opções, pelo que decidiu optar pela eutanásia para morrer com dignidade e, assim, evitar uma morte que, de outra forma, seria muito dolorosa.
Esta opção obrigou Brittany e família a mudarem de São Francisco para Portland, um dos 5 estado norte-americanos que aprovaram a eutanásia, para que ela consiga cumprir o desejo de morrer com dignidade.
Em declarações à revista People, Brittany revelou que a sua decisão em nada tem haver com um ato de suicídio. “Não há uma célula no meu corpo que seja suicida ou que queira morrer. Eu quero viver. Gostaria que houvesse uma cura para a minha doença, mas não há.”
Revelando o porquê de ter optado pela eutanásia, “O meu glioblastoma vai matar-me e está fora do meu controlo. Eu discuti com muitos especialistas como eu iria morrer com ele, e é uma forma terrível para morrer. Podendo optar por partir com dignidade é menos aterrorizante”.
Acrescentando, “Eu ainda saia e dava um passeio com a minha família todos os dias. (…) Eu estava no hospital há duas semanas depois de dois ataques. Logo depois, eu perdi a minha capacidade de falar por algumas horas. Então é assustador, muito assustador.”
Na página criada de apoio à jovem, “The Brittany Maynard Fund” pode ler-se “o tumor glioblastoma no cérebro de Brittany Maynard está a ser tratado com vários fortes medicamentos prescritos, destinados a reduzir o inchaço do cérebro e para tentar minimizar crises debilitantes. Infelizmente, essas drogas vêm com o seu próprio conjunto frustrante de efeitos colaterais, incluindo ganho de peso rápido e inchaço da face.”
Na próxima segunda-feira vai ser lançada uma campanha online de modo a que outras pessoas, sem recursos e que estejam a sofrer, possam ter o direito à escolha. “Brittany reconhece que é injusto que a grande maioria das pessoas não tenha acesso à morte com dignidade, porque eles não têm os recursos e tempo de mover a sua família, procurar atendimento médico adequado e estabelecer um sistema de apoio”, pode ler-se na mesma página.
O primeiro dia de Novembro foi o dia escolhido para por termo à sua vida, podendo, assim, comemorar o aniversário do marido Dan Diaz, de 42 anos, que acontece a 30 de Outubro. Para esse seu último dia, escolheu partir na companhia da mãe, do padrasto, do marido e do melhor amigo, que por sinal é médico.
CENTRO CHAMPALIMAUD PODE CURA-LA