TTP, TTIP e o porquê de Donald Trump se opor a eles

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A eleição de Donald Trump prometeu fazer correr muita tinta, com base na sua personalidade e na campanha feita pelo agora presidente dos Estados Unidos da América. Com base nisso mesmo, esperavam-se e esperam-se grandes mudanças na política americana, uma vez que o novo presidente prometeu ser radical em alguns assuntos e acabar com acordos estabelecidos por Barack Obama.

Nesse sentido, uma das primeiras medidas do novo presidente foi de acabar com o acordo TTP e, baseado nas suas afirmações, coloca em risco um potencial acordo que vinha a ser negociado há já vários anos, o TTIP.

O TTP, sigla para Tratado Transpacífico, era, até Trump ter assinado o seu final, a maior parceria de comércio livre desde 1994, quando os Estados Unidos assinaram o acordo de livre comércio Norte Americano. Este Tratado envolvia 12 países como os Estados Unidos, o Japão, a Austrália, Canadá, Brunei, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Perú, Singapura e Vietname. A ideia do tratado era nivelar os mercados, reduzir taxas e, consequentemente, custos de transação de pessoas, bens e serviços. Também visava uma partilha de experiências que visava o crescimento quer laboral, quer económico, e era visto por Barack Obama como um tratado estratégico na Ásia e Oceânia, reforçando a liderança Norte Americana nestes continentes com economias poderosas emergentes a ter em conta. Donald Trump achou que este acordo traria uma maior presença chinesa no território americano, aumentando o desemprego e capital nacional, mas a verdade é que a retirada deste tratado por parte dos E.U.A. dá à China uma oportunidade de ouro de assumir o papel que seria dos E.U.A. como líder nestes mercados, o que, em última análise lhe dará um poder que tão cedo não o perderá. Para informações atualizadas e detalhadas sobre o estado dos mercados, consulte a IG Markets, de forma a poder tirar uma maior vantagem dos mercados.

Relativamente ao TTIP, Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, é um acordo que está a ser negociado desde 2013, apesar de já existirem contactos anteriores a isto com vista a este acordo, e é estabelecido entre os Estados Unidos e a União Europeia onde se visava crescimento económico, parcerias, comércio, investimento e prosperidade para ambas as partes. Um cenário onde menos barreiras e impostos iriam facilitar esse crescimento esperado e aumentar o investimento em ambos os lados do Atlântico, bem como, a ligação entre ambas as partes. Este acordo visa ainda uma uniformidade em termos de medidas, sejam centímetros, pesos, quilómetros, etc. Contudo, com a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, com as consequências do Brexit, com o apoio do presidente americano a esta situação por parte do Reino Unido e com a posição que o mesmo teve com o TTP, é provável que este acordo não se venha a realizar. Noutro cenário, pode demorar muito mais anos até que haja um entendimento, uma vez que, nenhum dos lados pode sobreviver sem o outro, ou que Trump tente negociar de outra forma que fará um acordo muito mais complicado.

Donald Trump julga que estes acordos irão diminuir o poder dos Estados Unidos e gerar mais desemprego local e, em última análise, julga que estes acordos iriam comprometer e limitar a independência americana. A verdade é que uma parte dos americanos que votou em Trump foi precisamente devido a esta promessa de recuperação da economia interna, e patriotismo americano. Isto é algo que a curto prazo vai reduzir o pouco desemprego existente nos Estados Unidos (estão próximos do pleno emprego) e aumentar o investimento e produção internos, mas a médio/longo prazo o efeito será o inverso, por se tratar de ago que limitará, não só o poder negocial dos Estados Unidos perante outros mercados, como limitará os americanos no poder de escolha que sempre tiveram. A juntar ao facto de várias empresas e países agora pagarem uma taxa adicional para colocar produtos nos Estados Unidos, o que fará com que possam vir a reduzir lá o seu investimento. Isto traduz-se num retrocesso económico para o futuro. Especialmente se considerarmos quem estará disposto a pagar mais por algo genuinamente americano, do que algo que fora dos Estados Unidos é comum e muito mais barato, inclusive através de negócios online.

O resultado ainda não é totalmente certo, mas estes acordos eram vitais para o posicionamento dos E.U.A. como líderes incontestáveis a nível global, mas agora será algo mais arriscado e que incitará a uma revisão de contratos e um país poderoso cada vez mais limitado em termos negociais com os restantes.

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