O projecto de uma jovem mulher que, ao longo de seis anos e meio, tirou “selfies” tornou-se num sucesso no Youtube, com quase 6 milhões de visualizações. A britânica Rebecca Brown, de 21 anos, transformou essas centenas de imagens num vídeo que relata a sua batalha contra uma desordem compulsiva que a leva a arrancar o seu próprio cabelo.
Professor rapou cabelo em solidariedade para com aluno vítima de bullying
As “selfies” estão habitualmente associadas ao narcisismo e ao desejo de mostrar o melhor de nós ao mundo. Ora, a ideia de Rebecca Brown parte precisamente de um pressuposto contrário. Ela começou o projecto quando tinha 14 anos de idade com o intuito de lidar com este distúrbio, cientificamente conhecido por tricotilomania, e com a depressão.
“Quando tinha 12, 13 anos, a minha auto-confiança caiu a pique e eu não conseguia falar com terapeutas. Não era assim tão popular. Não tinha grandes grupos de amigos. E o Youtube apareceu na minha vida. De certo modo, tornou-se o meu conselheiro. Tornou-se a minha voz. Penso que se não tivesse o Youtube, se ele não existisse, não seria tão confiante como sou“, conta Rebecca Brown à BBC.
Algumas fotos do vídeo são acompanhadas por notas como “diagnosticada com depressão“, “severamente deprimida, hospitalizada“, manifestando, de uma forma tão cruel como honesta, a perda de cabelo e a depressão aguda.
“Prefiro olhar para um projecto repleto de honestidade a ver 2000 fotos de sorrisos falsos“, frisa Rebecca Brown que assume que não é “uma pessoa excepcionalmente feliz” e que nem pretende sê-lo, o que parecerá um crime à luz da realidade das “selfies” que dominam as redes sociais.
Rebecca Brown foi diagnosticada com a doença quando tinha 12 anos. Este distúrbio afecta entre 2 a 4 por cento da população mundial, segundo o Centro de Informação da Tricotilomania (Trichotillomania Learning Centre), e leva as suas vítimas a arrancarem o cabelo ou os pêlos das sobrancelhas, das pestanas e de outras partes do corpo.
Sê o(a) primeiro(a) a comentar